Ponto prévio: o Bloco de Esquerda do distrito de Beja garante que um cenário de “alianças” à esquerda, à semelhança da “gerigonça”, não faz qualquer sentido nas eleições autárquicas.
A garantia é de Alberto Matos, líder regional dos bloquistas, que em declarações ao “CA” acrescenta: “No Governo, não se trata de uma aliança, mas de um acordo de incidência parlamentar para derrotar a direita. Lembro que a direita não tem uma única câmara no distrito de Beja, apenas algumas assembleias de freguesia em Almodôvar e, por isso, esse cenário no distrito de Beja não faz qualquer sentido”.
Arrumada esta questão, o Bloco tem bem definidas as linhas de actuação a pensar nas eleições locais do ano que vem. Alberto Matos garante que o partido está a trabalhar “desde há três anos” neste processo porque, justifica, “as Autárquicas não se preparam na véspera”.
“Naturalmente que, neste último ano, haverá um aumento do trabalho, sem nenhuma pressa de ir a todas. Iremos [a votos] nos sítios onde existe massa crítica e vontade, quer de apoiantes do BE quer de independentes que connosco trabalham e que correspondem a movimentos sociais, que é um imperativo nesta batalha política. O BE está aberto à sua participação”, explica.
Alberto Matos assegura que a “prioridade” do Bloco passará por “alargar a representação em mais assembleias municipais e ter mais eleitos”, admitindo que isso poderá acontecer com “a eleição de um vereador”. “É algo que não descuramos e, em muitos casos, seria até importante para, no mínimo, acabar com algumas maiorias absolutas”, explica.
Neste âmbito, o dirigente bloquista do Baixo Alentejo destaca que “as prioridades” do partido “têm por base um historial” e, por isso, a estratégia não assenta em “inventar nada”. Ou seja, o Bloco deverá “concorrer” em concelhos onde já tem algum historial autárquicos.
“Em Odemira, em Beja – onde temos representação através do movimento de cidadãos que apoiámos –, também Serpa, Almodôvar ou Castro Verde, onde já tivemos eleitos. E durante este ano surgirão seguramente candidaturas noutros concelhos e em várias freguesias. Mas ainda é prematuro dizer mais do que isto”, salienta.
No caso da capital do distrito, Alberto Matos não exclui a possibilidade de o Bloco voltar a apoiar um movimento de cidadãos, à semelhança do que ocorreu em 2013. Uma coisa é certa: em Beja o Bloco não terá falta de comparência: “Vamos aguardar que esse movimento de cidadãos faça um balanço da sua intervenção. Com a certeza que o BE estará presente, ou apoiando o movimento, se este decidir continuar, ou pelas suas próprias listas”, afiança.
Garantindo ao “CA” que “seguramente” o Bloco de Esquerda vai “apresentar mais candidaturas” nas Autárquicas de 2017, Alberto Matos garante que não haverá “obsessão pelos números”. E o processo, segundo explica, “decorre naturalmente do crescimento do partido e dos apoios que vão surgindo”.
“E até de propostas que vêm de fora, de pessoas que estão interessadas e que nos vêm procurar para tentar compatibilizar os seus projectos com os projectos do BE. Acho que ainda vamos ter algumas surpresas para nós mesmos”, revela.
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