O grupo parlamentar do Bloco de Esquerda (BE) questionou o Governo, através do Ministério da Agricultura e da Alimentação, sobre os motivos que levaram “à substituição intempestiva” da direção da Associação de Beneficiários do Mira (ABM), com sede em Odemira, e à sua substituição por uma comissão administrativa.
A pergunta do BE surge na sequência da nomeação, a 23 de junho, de uma nova comissão administrativa provisória da ABM, presidida por Maria Lourenço Gomes, em representante da Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, e composta ainda por José Costa Gomes (representante da EDIA), Filipe de Botton e Eusébio Viana (representantes dos beneficiários do Aproveitamento Hidroagrícola do Mira).
Nesse âmbito, na pergunta assinada pelo deputado Pedro Filipe Soares e apresentada no final de junho na Assembleia da República, os bloquistas questionam se a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, considera que Filipe Botton, proprietário da Logofruits “e conhecido incumpridor das regras de distribuição da água disponível, tem idoneidade para ser nomeado para a comissão administrativa enquanto ‘representante dos beneficiários do Aproveitamento Hidroagrícola do Mira’.
O BE pretende ainda explicações relativamente à “total exclusão de determinados produtores do acesso à água do perímetro de rega do Mira, beneficiando as explorações com maior impacto ambiental e mais intensivas em consumo de água”.
A par disso, o Bloco quer saber “que iniciativas tomou o Ministério da Agricultura junto das associações produtores afetados, no sentido de os consultar acerca das suas intenções quanto à revisão das regras de distribuição da água do perímetro de rega do Mira”.
