Os autarcas do Alentejo Litoral exigiram esta quinta-feira, 19, em Lisboa, respeito à ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, afirmando que ao não os ouvir, não está a ouvir 100 mil portugueses.
Os presidentes dos municípios de Alcácer do Sal, Grândola, Odemira, Santiago do Cacém e Sines pediram a Paula Teixeira da Cruz uma reunião com carácter de urgência para debaterem o novo mapa judiciário, mas a ministra recusou recebê-los e propôs serem recebidos pelo seu chefe de gabinete.
Para os autarcas esta resposta é “inadmissível”, tanto mais que representam um total que 100 mil portugueses que serão “prejudicados” pelo novo mapa.
“É inaceitável, inadmissível e lamentável que um membro do Governo se recuse e não esteja disponível para receber cinco presidentes de câmara de uma região que está na linha da frente para o desenvolvimento do país. É uma falta de respeito do poder central para com o poder local”, disse o presidente do Município de Grândola, Carlos Beato, em conferência de imprensa na Casa do Alentejo, em Lisboa.
Em causa está o novo mapa judiciário que o Governo está a preparar e que os autarcas consideram ser muito penalizador para o Litoral Alentejano.
O presidente da Câmara de Odemira, José Alberto Guerreiro, aproveitou a ocasião para frisar que estava a representar todas as forças políticas do município porque são todos unânimes na luta contra o novo mapa judiciário.
“No caso do Tribunal do Trabalho, por exemplo, passamos de uma distância de 50 para mais de 100 quilómetros, porque teremos de ir para Beja”, disse.
Sublinhando que nunca fizeram pressão sobre a ministra, limitando-se a enviar uma carta a pedir a reunião, os autarcas mantém-se disponíveis para serem recebidos por Paula Teixeira da Cruz, mas frisam que “não vão pedinchar” por um encontro.
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