O presidente da Câmara de Almodôvar e da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (CIMBAL) defende a necessidade de o Governo reforçar as verbas para os municípios, no âmbito do Orçamento do Estado para 2022, para fazer face ao aumento dos custos com energia e combustíveis.
Em entrevista ao “CA”, publicada na edição desta sexta-feira, 29, o socialista António Bota diz que, no caso do seu município, o orçamento de 2022 “só vai chegar ao fim do ano” se cortar “nas obras públicas”.
“Se não cortarmos nas obras públicas não temos dinheiro que chegue para aguentar as despesas correntes. Nem nós nem praticamente nenhuma autarquia no país, salvo algumas exceções no litoral”, acrescenta.
De acordo com edil almodovarense, os orçamentos municipais para 2022 foram preparados “com base na média” dos custos dos últimos cinco anos.
Contudo, continua, os preços da energia e dos combustíveis, assim como de outras matérias-primas, “dispararam de forma exorbitante” nos últimos dois meses.
“Não conseguimos chegar ao fim do ano se não cortarmos em obras planeadas, é impossível”, frisa.
Para António Bota, a solução passa por um reforço do montante a transferir pelo Governo aos municípios através do Orçamento do Estado para 2022, que será aprovado nesta sexta-feira, 29, no Parlamento.
“Ou o Governo ajuda ou daqui a um ano estamos todos [câmaras municipais] em planos de recuperação financeira, com exceção de meia dúzia de municípios”, alerta.