A proposta de adesão da Câmara de Beja ao PAEL – Programa de Apoio à Economia Local foi esta segunda-feira, 24, chumbada pela maioria CDU na Assembleia Municipal.
O executivo liderado pelo socialista Jorge Pulido Valente pretendia candidatar-se à linha de crédito criada recentemente pelo Governo, contratando um empréstimo de cerca de quatro milhões de euros, a pagar em 14 anos e com uma taxa de juro de 4,015%.
O objectivo da autarquia era garantir as verbas necessárias para liquidar as dívidas a 90 dias que tem junto de empresas e instituições locais, mas a proposta acabou inviabilizada pelos votos contra da maioria CDU e também do eleito do Bloco de Esquerda.
Para o presidente da Câmara de Beja, a posição assumida pela CDU foi “cega e político-partidária”, não tendo “nada a ver com os interesses das populações”.
Por isso mesmo, Jorge Pulido Valente garantiu que vai “responsabilizar publicamente” a CDU pela posição tomada junto das entidades que serão, na sua opinião, prejudicadas, além de pretender pedir a intervenção do Governo.
Já Rodeia Machado, da bancada da CDU, frisou que o PAEL representa um “garrote” para o Poder Local e que a não adesão da Câmara de Beja ao PAEL não coloca em causa o pagamento aos credores nem promove a insolvência das empresas bejenses.
O mesmo responsável frisou ainda que o actual executivo da Câmara Municipal tem “demonstrado preocupar-se muito pouco com as empresas de Beja, quer pela discriminação feita a empresas que transitaram com dívidas do anterior mandato, quer através do recurso a empresas de fora do concelho quando a legislação lhe permitiria soluções que favorecessem opções por empresas e instituições locais”.
Entretanto, a Concelhia de Beja do PS veio a público repudiar a posição assumida pela CDU – “coadjuvada pelo Bloco de Esquerda” – contra a adesão da autarquia ao PAEL, acusando os comunistas de não terem “ideias” ou “propostas” e baseando “as suas posições numa política de quanto pior, melhor”.
Em comunicado, os socialistas bejenses afiançam mesmo que com esta posição a CDU “ataca, de forma deliberada, o futuro do concelho, a sustentabilidade, a economia local e a manutenção e criação de postos de trabalho”, uma vez que com “este chumbo não será possível desenvolver iniciativas que permitiriam, por um lado, sanear uma parte importante da dívida a fornecedores, com uma maturidade superior a 90 dias e, por outro, introduzir no mercado, liquidez capaz de gerar valor e manter postos de trabalho, por via da sustentabilidade das actividades fornecedoras”.
“A parceria política PCP/PEV – Bloco de Esquerda está desorientada e comete erros de palmatória. A cegueira ideológica rouba-lhes o discernimento e encaminha-os para o precipício, arrastando consigo os munícipes, pela via da inviabilização dos projectos”, conclui o comunicado do PS de Beja.
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