A ANA – Aeroportos de Portugal continua a defender o aeroporto de Beja como “um investimento estratégico”, não só para a região como também para o país e para a própria empresa.
A infra-estrutura assinalou no passado dia 13 de Abril cinco anos de actividade, num percurso em que tem andado longe de corresponder às expectativas dos baixo-alentejanos.
Ainda assim, em comunicado, a ANA afirma que o aeroporto de Beja “reúne todas as condições para se constituir como uma infra-estrutura fundamental para o desenvolvimento de toda a região”, apesar de reconhecer que esse objectivo “depende de variáveis de contexto associadas ao desenvolvimento da própria região, nomeadamente ao nível económico, cuja evolução não controla nem está em condições de antecipar”.
“Até ao momento, e pese embora existam vários produtos geradores de procura, a região do Alentejo ainda não dispõe de um mercado com dimensão suficiente para viabilizar a existência de fluxos turísticos e de carga para os quais o transporte aéreo seja um elemento determinante”, acrescenta a empresa concessionária da rede de aeroportos em Portugal.
A ANA refere mesmo que ao longo destes cinco anos de actividade, “foram sendo efectuadas operações comerciais exploratórias”, mas “a diminuta procura por parte da aviação comercial levou a repensar a atividade deste aeroporto e a vocacioná-lo para outro tipo de operação”.
“Assim, a ANA tem apostado na implantação de actividades de natureza industrial naquela infra-estrutura, capazes de gerar investimentos e criar postos de trabalho, nomeadamente a manutenção e desmantelamento de aeronaves e o estacionamento de aeronaves de média-longa duração”, acrescenta a empresa.
Nesse sentido, a ANA destaca o investimento previsto pela Aeroneo para a construção e exploração de uma unidade industrial no perímetro do aeroporto, destinada à manutenção, desmantelamento e certificação de componentes recuperáveis de aeronaves.
As obras devem ser iniciadas “em breve”, num investimento que ascende a cerca de oito milhões de euros e poderá proporcionar a criação até cerca de 100 postos de trabalho, sendo que se prevê a sua entrada em pleno funcionamento “dentro de três anos”.
Paralelamente, continua a ANA, têm vindo a ser desenvolvidos esforços para que Beja se afirme no segmento do parqueamento de aeronaves, o que se traduziu, já em 2016, na presença das companhias aéreas Hi Fly, euroAtlantic airways e SATA na região.
No caso concreto da primeira, o aeroporto de Beja constitui-se como a base de operações da sua frota de aeronaves wide body, sendo que a companhia até já procedeu a recrutamentos na região.
Dentro desta aposta no segmento de estacionamento de média-longa duração em Beja, a ANA tem em curso contactos com outras companhias aéreas, além de ter estabelecido com a GALP Energia um acordo que permitiu baixar o preço do combustível de aviação.
E para 2016 a empresa conta construir novas instalações para o parqueamento das viaturas de abastecimento de combustível Jet A1, “tendo em vista a melhoria significativa das condições actualmente existentes”.
