Fazer “parte da solução” e poder ter um papel activo na necessária requalificação da escola secundária da vila: são estas as razões invocadas pelo presidente da Câmara de Almodôvar para justificar a aceitação, por parte do Município, de novas competências na área da Educação, no âmbito do processo de descentralização de competências do Estado para as autarquias.
Em declarações ao “CA” António Bota garante ser presidente de câmara “para encontrar soluções para o concelho” e não apenas “para gerir o dia-a-dia”, admitindo que há muito que o estado da Escola Básica 2,3 + Secundária (EB 2,3/S) Dr. João de Brito Camacho o preocupa.
“É uma escola que já soma cerca de 35 anos, em que praticamente não sofreu quase nenhuma actualização em termos de obras”, diz o autarca almodovarense, criticando a inércia do Ministério da Educação nesta matéria. “O Ministério da Educação tem descurado completamente a manutenção e a modernização da nossa escola”, nota, parta logo acrescentar: “Não posso admitir, enquanto presidente da Câmara Municipal, que uma instituição tão importante do concelho não esteja a reunir as condições mínimas para assegurar a Educação, o bem-estar e o serviço público que é suposto esta instituição dar”.
Segundo António Bota, a EB 2,3/S de Almodôvar “requer obras acima de dois milhões de euros para estar funcional”, daí a decisão da Câmara Municipal em aceitar desde já as novas competências que o Estado vai transferir para as autarquias. “Jogámo-nos ‘de cabeça’, pois queremos ser parte da solução e não podemos admitir que os nossos meninos saiam das escolas básicas do primeiro ciclo, que são geridas pela Câmara e estão bem equipadas, e vão para uma escola onde têm de levar cobertores no Inverno para não ‘congelarem’ ou onde no Verão não conseguem estudar porque transpiram para todo o lado”.
O edil afiança que o seu executivo tem “uma vontade grande” em não deixar que a EB 2,3/S “se degrade completamente”, deixando mesmo uma garantia: “Se necessário, abdicaremos de outros projectos menos prioritários para investir o dinheiro na escola. É um processo que nos vai levar dois, três anos a preparar. Mas é uma obrigação que temos e já estamos a trabalhar nesse sentido”.
O presidente da Câmara de Almodôvar reconhece que a assunção de novas competências na área da Educação é um enorme desafio para o qual a autarquia está “a preparar-se”, uma vez que abrange a gestão dos edifícios e do pessoal não-docente.
“Naturalmente que é uma área que desconhecemos completamente, nunca gerimos uma escola secundária, mas vamos aprender. E vamos aprender servindo a população, que é para isso que cá estamos: servir o povo”, afiança António Bota.
O autarca acrescenta que esta posição do executivo se deve, igualmente, ao facto de a Educação ser uma prioridade. “Reconhecemos essa prioridade e, infelizmente, a EB 2,3/S de Almodôvar não reúne condições para que esse pilar do crescimento cognitivo, físico e mental de um jovem esteja assegurado. Portanto, a Câmara assume esta responsabilidade também com o objectivo de criar condições para que os jovens que andam na escola sintam a educação como um processo normal e não como um sacrifício”, conclui António Bota.
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