Administrador da EMAS defende “cluster da água”

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O administrador-executivo da Empresa Municipal de Água e Saneamento (EMAS) de Beja entende que a criação de um “cluster da água”, que permita “ter uma visão global, mas uma gestão regional com políticas públicas objectivas e direccionadas nesse sentido”, é a visão que tem faltado trazer para o sector.
Em entrevista ao “CA”, integrada no suplemento dedicado aos 100 anos da empresa que pode ler na edição de sexta-feira, 12, Rui Marreiros defende a necessidade “de sair das fronteiras do abastecimento público, mas olhar para a água como um todo e geri-la de forma integrada”.
“Veja-se, por exemplo a complexidade do lado dos utilizadores! Estamos nós e os nossos clientes, naturalmente, mas também a EDIA, as associações de regantes e os agricultores individualmente como grandes utilizadores do recurso água, mas temos também as entidades gestoras ‘em alta’ que muitas vezes não se articulam e concorrem para a captação do mesmo recurso, novamente a água. Mas também temos como cliente final do recurso água a indústria e o turismo que de forma directa ou indirecta consomem ou usam a água. Não esquecer também que a biodiversidade e o equilíbrio em natureza dependem directamente também da disponibilidade do mesmo recurso. Mas depois temos do outro lado os ‘gestores da água’, que vão desde as câmaras municipais a grandes entidades gestoras, passando por empresas municipais e serviços municipalizados, concessões, entre outras, do Ministério da Agricultura ao Ministério do Ambiente e da Acção Climática, da Comissão Coordenação e Desenvolvimento Regional à Agência Portuguesa do Ambiente, passando pela Administração de Região Hidrográfica, pela Direcção Regional de Agricultura e Pescas ou Instituto de Conservação da Natureza, da Entidade Reguladora de Serviços de Águas e Resíduos à Inspecção Geral do Ambiente e do Ordenamento do Território… Enfim, uma imensidão de visões, missões e acções de difícil coordenação e articulação”, sublinha.
Na opinião de Rui Marreiros, “se pensarmos que a água ,para além da sua dimensão associada à manutenção da vida humana, é um motor de desenvolvimento, um factor de criação de emprego e de riqueza e um factor de competitividade decisivo, chegamos facilmente à conclusão que necessitamos de que todos os ‘gestores da água’ se articulem entre si, que haja uma verdadeira política de gestão que proteja a natureza, preserve o recurso, disponibilizando-o de forma adequada às diferentes necessidade e utilizações e que isso deve ser feito com planeamento, fiscalização e monitorização”.
Para o conseguir, conclui o administrador-executivo da EMAS de Beja, “é fundamental a criação de um cluster da água que tenha uma visão global e uma gestão regional integrada do recurso”.

O “CA” publica a 12 de Junho, juntamente com a sua edição, um suplemento especial dedicado aos 100 anos da EMAS de Beja, que se assinalam em 2020

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Correio Alentejo

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