Cinquenta dias após o início do ano, a Câmara de Beja tem finalmente orçamento para 2025! O Orçamento e Grandes Opções do Plano (GOP) da autarquia bejense para o presente ano, no valor de 64,4 milhões de euros, o maior de sempre, foi aprovado na passada semana, após um primeiro “chumbo” em novembro do ano passado.
Os documentos tiveram agora “luz verde”, passando em reunião do executivo municipal, realizada nesta quarta-feira, 19 de fevereiro, com os votos a favor dos três eleitos do PS, a abstenção do vereador eleito pela coligação Beja Consegue e três votos contra da CDU.
“Temos um orçamento do mesmo valor, da mesma grandeza, com a mesma previsão de receita e de despesa e com algumas introduções que saíram das negociações e das conversações que mantivemos”, adianta o autarca Paulo Arsénio.
Segundo o edil, os “ajustamentos” desta nova versão do orçamento respeitam aos apoios às freguesias e às medidas do setor social que, anteriormente, não agradaram a oposição.
Relativamente às freguesias, as transferências da autarquia vão aumentar 8,5% na componente fixa e passam de 30.000 para 25.000 euros nos contratos-programa, o que perfaz “um aumento máximo possível de 467 mil euros neste orçamento para 2025”.
Ao nível da área social, o orçamento agora aprovado inclui um protocolo com uma instituição de solidariedade social para a disponibilização de um apartamento de transição, reintegração e reabilitação para pessoas em situação de vulnerabilidade, o projeto “Plataforma de integração e inclusão social e laboral”, e mais 800 mil euros destinados às novas instalações da Divisão Social da Câmara e a outras intervenções sociais.
“No fundo, estas são as maiores alterações. Depois temos ali um pequeno aumento para as IPSS [instituições particulares de solidariedade social], na versão inicial eram quatro mil euros por ano e passam a cinco mil”, avança Paulo Arsénio.
“Temos um orçamento do mesmo valor, da mesma grandeza, com a mesma previsão de receita e de despesa e com algumas introduções que saíram das negociações e das conversações que mantivemos”, adianta o autarca Paulo Arsénio
De acordo com o vereador Nuno Palma Ferro, eleito pela coligação Beja Consegue, a mudança do seu sentido de voto deveu-se ao facto de o executivo ter atendido a algumas das suas preocupações, nomeadamente com a população migrante, com o apoio às IPSS e com a “promessa” de que o centro histórico de Beja terá a sua limpeza assegurada aos domingos.
“Quero deixar bem claro que o orçamento apresentado continua muito longe daquilo que é necessário para inverter o ciclo de decadência do concelho [e que] não promove o crescimento, não melhora a qualidade de vida dos nossos cidadãos, não contém nem grandes opções nem um verdadeiro plano, [mas] houve motivos que nos levaram a mudar o nosso sentido de voto”, afirma.
Por sua vez, Vítor Picado, vereador eleito pela CDU, considera que “não houve por parte do executivo uma escuta ativa que procurasse dar resposta àquilo que são os anseios das populações e dos trabalhadores” e que as alterações apresentadas na nova proposta “não têm uma expressão tão significativa”.
“A população de Beja merece um planeamento responsável, eficaz [e] que priorize o desenvolvimento sustentável e o bem-estar coletivo e é nesse sentido que continuaremos a apresentar propostas que vão ao encontro da melhoria de uma alternativa sólida, que resgate a potencialidade do concelho e que ofereça aos cidadãos a qualidade de vida a que têm direito”, garante o eleito comunista.