Pelo menos 40% da população alentejana reside a 30 minutos ou mais de um estabelecimento convencionado com o Serviço Nacional de Saúde para diálise, medicina física e reabilitação ou radiologia, segundo a entidade reguladora do sector.
A avaliação da Entidade Reguladora da Saúde "Acesso, Concorrência e Qualidade no Sector Convencionado com o SNS: Análises Clínicas, Diálise, Medicina Física e Reabilitação e Radiologia”, divulgado esta quinta-feira, 13, no seu site, analisou o acesso aos cuidados de saúde e avaliou a proximidade dos utentes a estes estabelecimentos.
"As regiões de saúde com maiores dificuldades de acesso pelos utentes a estabelecimentos convencionados são principalmente a Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo, nos casos de diálise, MFR [medicina física e reabilitação] e radiologia, e na ARS Algarve, no caso de radiologia, onde cerca de 40% ou mais das populações residem a mais de 30 minutos", segundo o documento.
Quando avalia a oferta potencial em cada uma das regiões, a ERS constata que, "com excepção de análises clínicas e de diálise, o surgimento de novos estabelecimentos prestadores convencionados iria resultar num cenário de clara melhoria da acessibilidade a esses cuidados de saúde nas ARS em que existem maiores obstáculos, em termos de proximidade".
Nos serviços de análises clínicas, há em todas as regiões "um nível de acessibilidade claramente satisfatório", com a quase totalidade da população a morar a menos de 30 minutos de viagem em estrada de um estabelecimento convencionado.
Já na diálise, a situação é diferente e uma percentagem "bastante significativa" da população está a mais de 30 minutos da unidade de prestação do serviço, principalmente no Alentejo, mas também no Algarve e Centro, refere a avaliação da ERS.
E nesta área "não existe oferta potencial já que todos os estabelecimentos" em exercício e com licença de funcionamento estão convencionados com o Serviço Nacional de Saúde (SNS), acrescenta a ERS.
Em radiologia, as ARS Alentejo e Algarve têm "um nível de acessibilidade significativamente mais baixo" na comparação com as restantes ARS, uma vez que "exibem uma percentagem mais elevada da população a uma distância superior a 30 minutos de prestadores" de serviços convencionados.
No caso da radiologia, tendo em conta "a oferta potencial nestas ARS", seria possível uma "diminuição bastante acentuada da população" naquelas circunstâncias, acrescenta.
Quando à reabilitação, a maior dificuldade de acesso localiza-se no Alentejo, com mais de metade da população a mais de 30 minutos de uma unidade de prestação de cuidados, mas o Algarve apresentou um nível de acessibilidade mais alto.
A situação podia melhorar para metade da população alentejana afectada quando a ERS considera a oferta potencial, o mesmo acontecendo para um terço da população da ARS Centro que está a mais de 30 minutos de serviços de reabilitação.
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