“2019 foi o melhor ano para a Caixa de Aljustrel”

“2019 foi o melhor ano

O presidente do conselho de administração da Caixa Agrícola de Aljustrel e Almodôvar considera que o ano de 2019 foi o melhor de sempre para a instituição bancária que opera nos concelhos de Aljustrel, Almodôvar e Castro Verde, com um resultado líquido positivo superior a um milhão de euros. “De uma forma geral, [em 2019] todos os indicadores ficaram equilibrados e consolidados. Houve crescimento comercial e fechámos o ano com 228 milhões de euros de volume de negócios total, enquanto no ano anterior tenha sido de 218 milhões de euros. Também registámos um crescimento global na ordem dos 5%, entre crédito e recursos, todos os balcões cresceram e aumentámos mais um pouco a quota de mercado. Portanto, podemos dizer que 2019 foi o melhor ano da CA dos últimos tempos. Se calhar de sempre”, revela Orlando Felicíssimo em entrevista ao “CA”.

Que avaliação faz ao ano de 2019 relativamente à Caixa Agrícola de Aljustrel e Almodôvar (CA)?
O ano de 2019 acabou por revelar-se o melhor ano da CA…

O que lhe permite fazer essa leitura?
Por diversas razões! Uma delas porque acabámos por ter um resultado que para nós foi um recorde, que também teve que ver com alguma situações pontuais ao nível de imparidades. Fechámos o ano de 2019 com um resultado líquido de 1.186.189 euros, sendo que nunca tínhamos fechado o ano acima de um milhão de euros! Portanto, acabou por ser um ano muito bom. Também foi um ano muito bom porque conseguimos superar os 10 milhões de euros de capital social, que era um objectivo antigo. E de uma forma geral todos os indicadores ficaram equilibrados e consolidados. Houve crescimento comercial e fechámos o ano com 228 milhões de euros de volume de negócios total, enquanto no ano anterior tenha sido de 218 milhões de euros. Também registámos um crescimento global na ordem dos 5%, entre crédito e recursos, todos os balcões cresceram e aumentámos mais um pouco a quota de mercado. Portanto, podemos dizer que 2019 foi o melhor ano da CA dos últimos tempos… Se calhar de sempre!

Qual a quota de mercado actual da CA?
No total dos três concelhos estamos com uma quota de mercado de 36,76%. No concelho de Aljustrel essa quota é de 55,56%, no de Almodôvar de 38,29% e no de Castro Verde de 16,44%.

Por que razão acha que a CA tem uma quota de mercado tão acentuada no total dos três concelhos onde opera?
Penso que tem muito a ver com o próprio modelo de governance do próprio grupo Crédito Agrícola e das Caixas. Porque as Caixas são o banco das próprias regiões! Portanto, existe sempre uma maior proximidade entre a instituição e os clientes que a procuram. As Caixas Agrícolas existem para apoiar e aplicar na comunidade onde estão inseridas. E essa mensagem passa para os clientes. Por outro lado, há o forte contributo que todas as Caixas dão – e nós não somos excepção – para a própria região, colaborando com todas as instituições sempre que estas solicitam. As Caixas Agrícolas estão sempre disponíveis para colaborar e ajudar a comunidade e todos esses factores acabam por ser reconhecidos pelo cliente.

Houve um aumento na concessão de crédito…
O crédito cresceu cerca de 5% em 2019 e os recursos 5,5%. Portanto, o crescimento foi similar, o que fez com que mantivéssemos o mesmo nível de rácio de transformação, perto dos 78%. Ou seja, a CA continua a ter liquidez e continua a conseguir acompanhar o crescimento do lado dos recursos e do crédito. Já o rácio do crédito vencido ficou abaixo do 1%, muito abaixo da média do mercado bancário.

Em termos de crédito, o que acaba por ter maior peso no negócio da CA: o crédito pessoal, à habitação ou às empresas?
Houve um crescimento grande no crédito às empresas. O crédito a particulares também cresceu, mas houve um maior peso no crédito a empresas. O objectivo da Caixa é continuar a estar disponível para apoiar os projectos que apareçam com viabilidade na nossa região. Temos liquidez, temos solvabilidade e temos condições para financiar!

Quais as expectativas da CA para 2020?
O que pretendemos, em termos de metas, é fazer crescer o negócio bancário nas zonas onde necessitamos mais que isso aconteça – nomeadamente no concelho de Castro Verde, onde nos interessa bastante fazer crescer a quota de mercado. E depois conseguir arranjar mais negócio nas freguesias onde temos balcão. Temos necessidade que essas unidades de negócio se tornem sustentáveis, para bem da comunidade.

Está prevista alguma mudança na actual rede de balcões?
Para já não.

Sente que a CA influencia positivamente a economia local?
Completamente! Tenha a verdadeira noção que muitas actividades existem – e não falo apenas na nossa região, mas pelo país fora – graças a uma Caixa Agrícola ter acreditado naquele projecto. Se retirarmos as grandes áreas metropolitanos de Lisboa e do Porto, o Crédito Agrícola é o banco que tem maior quota de mercado. E no Interior tem tido um papel preponderante e fundamental no apoio e dinamização das economias locais.

A agricultura continua a ter muito “peso” na actividade da CA de Aljustrel e Almodôvar?
Continua! Os números que tínhamos em 2018 acabam por ser parecidos aos do ano passado, mas quando digo que crescemos mais no crédito a empresas foi muito na área agrícola.

Qual foi o volume de apoios atribuídos pela CA às instituições locais no último ano?
Entre donativos e patrocínios, a CA investiu cerca de 65 mil euros em 2019. É uma ajuda importante para a região e para as instituições dos três concelhos. Estamos a falar de 54 instituições.

Esse papel de responsabilidade social é algo de que a CA não pretende abdicar…
É algo de que não abdicamos, porque é também nossa obrigação contribuirmos para a região. Contribuímos na forma como fazemos a nossa actividade, uma vez que apoiamos os projectos que surgem e contratamos preferencialmente na nossa região. São tudo formas de contribuir e ajudar a região a crescer. Mas depois existe este contributo que também é importante, pois ajudamos a que se realizem muitos eventos nos três concelhos e ajudamos a minorar as dificuldades de muitas instituições. Penso que isso é um factor também muito importante e que nós não tencionamos deixar parar. Enquanto conseguirmos, estamos disponíveis e empenhados em continuar a colaborar com as entidades da nossa região.

O ano de 2019 ficou marcado por algumas fusões no seio do Grupo Crédito Agrícola, em virtude das novas regras de supervisão. Pode dizer-se que a Caixa de Aljustrel e Almodôvar soube, atempadamente, preparar-se para estas novas exigências e evitar a necessidade de um processo de fusão?
Não temos nada contra as fusões, mas também não sentimos uma necessidade eminente de fazer uma fusão. Precisamente porque conseguimos, ao longo dos últimos anos, adaptar-nos e adaptar a nossa estrutura, fazer a segregação de funções e ter as funções a funcionar na instituição que correspondem às exigências. O negócio continua a crescer, estamos a aumentar a quota de mercado e o volume de negócios… Portanto, não há uma necessidade nem temos como objectivo nenhum processo de fusão. Mas se algum dia surgir alguma situação estamos cá para analisar, pois as fusões não acontecem só por necessidade – também acontecem por questões estratégicas, para aumentar a dimensão e a resposta. Mas neste momento estamos concentrados, isso sim, em consolidar e continuar a fazer crescer o negócio da CA nesta região e contribuir para o crescimento da região.

À banca está associada uma imagem de “agressividade comercial”. Em que medida se distingue a CA disso?
Não gosto muito de “rótulos”, mas percebo a pergunta. A CA tenta distinguir-se disso q.b., porque quando o mercado está muito agressivo comercialmente a Caixa também não pode alhear-se desse aspecto, pois não pode perder negócio. Mas temos sempre a nossa vertente de tentar compreender a necessidade e o problema do cliente e tentar responder de uma forma mais completa e o melhor possível as duas partes. O pior que pode acontecer é o cliente sentir que foi enganado ou não foi bem tratado. E isso é o que não queremos que de forma alguma aconteça. Por isso transmitimos constantemente às nossas equipas para perceberem bem a necessidade do cliente e o que é que o cliente pretende, para fazermos o nosso negócios mas vender bem e vender produtos em que o cliente saiba o que está a comprar. Isso é fundamental. Não se pode perder a confiança com o cliente!

Está na presidência da CA desde Julho de 2019. Como avalia estes quase sete meses de trabalho?
Suceder ao Dr. José Duarte [Albino] é sempre um desafio gigantesco… Mas já trabalhava na instituição, já tinha funções de responsabilidade e já estava no conselho de administração. Passei para presidente do conselho de administração, mas o meu dia-a-dia mantém-se igual. É [uma mudança] mais formal que outra coisa!

Partilhar

Facebook
Twitter
WhatsApp
Correio Alentejo

Artigos Relacionados

Role para cima