Vinte anos de barragem do Alqueva!

Após 20 anos a encher, o Alqueva, onde já foram investidos 2.427 milhões de euros, produz energia, reforça abastecimento de água a 200.000 habitantes, rega 130.000 hectares e está a expandir-se para beneficiar mais 20.000.

A 8 de fevereiro de 2002, fecharam-se as comportas da barragem e começou o enchimento da albufeira do Alqueva, que já atingiu o pleno armazenamento por quatro vezes e fez três descargas controladas.

Segundo a EDIA, o projeto poderá contribuir com mais de 500 milhões de euros anuais para o Produto Interno Bruto do Alentejo e criar mais de 10.000 empregos permanentes nos setores agrícola, agroindustrial e do turismo.

Na valência agrícola, a EDIA acabou em 2016, nove anos antes do previsto, a construção das infraestruturas para regar os 120.000 hectares (ha) da primeira fase, nomeadamente barragens, reservatórios e blocos de rega que armazenam, regularizam e distribuem a água.

Depois, para otimizar o projeto, a empresa identificou quase 50.000 ha de novas áreas com potencial para receber água do Alqueva.Destes, cerca de 10 mil, dos novos blocos de rega de Évora, Viana do Alentejo e Cuba/Odivelas, estão em condições de regar na próxima campanha.

A EDIA tem em preparação candidaturas ao Programa Nacional de Regadios para financiar a construção de mais quatro blocos, num investimento de cerca de 180 milhões de euros para regar mais cerca de 20.000 hectares.

Trata-se dos blocos de Póvoa/Amareleja, Vidigueira, Reguengos e Messejana (que incluirá a ligação à albufeira do Monte da Rocha, no concelho de Ourique), que deverão começar a regar até 2025.

“Alqueva é hoje a melhor apólice de seguro que o Alentejo podia ter, principalmente quando a água não cai do céu.”

A adesão dos agricultores ao regadio do Alqueva, em 2021, foi “superior a 97%”, “uma percentagem muita rara em perímetros públicos”.No ano passado, a EDIA teve 2.675 clientes que usaram água do Alqueva para regar 117.595 hectares, dentro e fora dos perímetros do projeto.

A “esmagadora maioria” das culturas na área do Alqueva são permanentes, com destaque para olival (63.000 ha), amendoal (18.000 ha) e vinha (5.000 ha).

Quanto ao abastecimento público de água, foram concluídas, em 2010, as ligações entre a albufeira “mãe” de Alqueva e as albufeiras de Alvito, Roxo, Monte Novo e Enxoé.Com estas ligações, o projeto passou a reforçar, sempre que necessário, o abastecimento público a 13 concelhos alentejanos, incluindo os de Beja e Évora, num total de mais de 200.000 habitantes.

Este número irá crescer com a ligação do Alqueva à albufeira do Monte da Rocha, que abastece os concelhos de Castro Verde, Almodôvar e Ourique e parte dos de Odemira e Mértola.

Na valência energética, a EDIA construiu as centrais hidroelétricas de Alqueva e Pedrógão, que começaram a funcionar em 2004 e 2006, respetivamente, e foram concessionadas à EDP, e terminou, em 2011, a instalação das cinco centrais mini-hídricas.

Para presidente da EDIA, o projeto de Alqueva é “a melhor apólice de seguro que o Alentejo podia ter”, sobretudo em períodos de seca, como o que atravessa atualmente.

“Alqueva é hoje a melhor apólice de seguro que o Alentejo podia ter, principalmente quando a água não cai do céu”, diz José Pedro Salema.

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Correio Alentejo

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