O vice-presidente da Câmara de Grândola, Aníbal Cordeiro, anunciou esta quinta-feira, 6, a renúncia ao mandato, por considerar que deixou de ter "condições políticas" para exercer as suas funções na autarquia.
O autarca, independente eleito pelo PS, adiantou à Agência Lusa que a decisão foi tomada "com alguma mágoa e algum desencanto", por sentir um "esvaziamento de conteúdo político" do seu cargo.
Desde que integrou o executivo municipal de Grândola, em 2005, as decisões eram "partilhadas ao máximo", havendo "um envolvimento muito grande" do vice-presidente, lembrou Aníbal Cordeiro, salientando que nas "últimas semanas" essa realidade mudou.
"Eu não tive sequer conhecimento prévio de algumas decisões que foram tomadas", frisou.
Assegurando que a demissão foi "pacífica", Aníbal Cordeiro afirmou que apenas tinha duas opções: ou "ignorava e continuava a receber os quase 2.000 euros de ordenado" ou "tomava a decisão mais justa".
Para o autarca, não existem razões para a mudança de atitude do executivo, especulando que poderá estar relacionada com a sua disponibilidade para ser candidato, pelo PS, à presidência da Câmara nas eleições autárquicas do próximo ano.
Contactado pela Lusa, o presidente Carlos Beato (independente eleito pelo PS, a cumprir o terceiro e último mandato em Grândola), afirmou que a renúncia de Aníbal Cordeiro "não era um desfecho previsível" para si, assegurando que a decisão até o "surpreendeu, tendo em conta o percurso comum ao longo da última década".
Carlos Beato disse respeitar a decisão do ex-vice-presidente, fazendo questão de "registar o contributo dado à causa do serviço público autárquico" e escusando-se a fazer mais comentários.
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