Carlos Guerreiro foi o homem escolhido para orientar o Mineiro Aljustrelense em 2017-2018, na tentativa de conduzir a equipa no regresso aos nacionais. Um desafio que o técnico bejense, 42 anos, assume sem rodeios num campeonato que antevê bastante complicado. “Os distritais já não são os passeios que foram em tempos”, observa Carlos Guerreiro em entrevista ao "CA".
Três jogos, três vitórias: este Mineiro Aljustrelense está, para já, a corresponder às suas expectativas no arranque de temporada?
Naturalmente que a nossa responsabilidade, estando o Mineiro no distrital, será sempre lutar pelo título. Tínhamos de ter uma entrada forte e estes três jogos tinham de nos dar nove pontos. Conseguimo-lo, com maior ou menor dificuldade, e agora vamos encarar o resto do campeonato com a mesma seriedade e a mesma responsabilidade. Na minha opinião, [esta] é uma equipa que tem todas as condições de crescer de jogo para jogo.
O Mineiro Aljustrelense é o principal candidato ao título?
Assumimos as responsabilidades de um Mineiro Aljustrelense quando está no distrital, mas há outras boas equipas neste campeonato. O nosso pensamento é ganhar, mas se repararmos na última época o Castrense só foi campeão na última jornada e há dois anos o próprio Mineiro foi campeão a duas jornadas do fim. Os distritais já não são os passeios que foram em tempos, todas as equipas se preparam, algumas com jogadores de fora a residir cá – coisa que antigamente não se via. Penso que há mais qualidade e as equipas estão melhor orientadas tacticamente, mas estamos cá para a luta!
Quem são os rivais do Mineiro na corrida ao título?
Se olharmos ao campeonato do ano passado, o Vasco da Gama da Vidigueira e o Almodôvar são claramente duas equipas que aparecem mais fortes. Mas há outras equipas a ter em conta, como o Odemirense, o FC Serpa, o Piense … Talvez a luta não seja só a três, mas sim com mais [equipas]. E claro que não nos podemos esquecer do Milfontes, que é para mim – a par do Mineiro – um dos grandes candidatos.
Fala num distrital que já não é um passeio. Porquê? Por sentir que o campeonato distrital é agora mais equilibrado?
Penso que colectivamente as equipas estão mais fortes. A arte de organizar equipas está cada vez melhor e as equipas ditas grandes acabam por ter problemas. E este campeonato não irá fugir à regra! Há jogadores de fora do distrito que colmatam um bocadinho a falta de formação que tem havido ao nível de juniores e que trazem qualidade. Temos também cada vez mais treinadores de fora, com novas ideias… Penso que este campeonato tem tudo para ser um bom distrital, como foi o do ano passado, que – volto a dizer – se decidiu na última jornada.
Há épocas atrás não foi bem-sucedido noutro candidato ao título, o Castrense. Também por isso reconhece que este é, a nível pessoal, um grande desafio na sua carreira?
Já tenho vários anos disto e acabei por ter uma oportunidade de lutar pelo título em Castro Verde, onde as coisas não correram bem. Agora sinto-me mais maduro, mas com a mesma humildade, acreditando muito no meu trabalho. Fui sempre sério nos clubes por onde passei, tentando deixar alguma coisa. E naturalmente que este é um ano em que deposito grandes expectativas.
A passagem por Castro Verde serviu de aprendizagem?
As lideranças quando estamos em equipas a lutar para o título têm de ser necessariamente diferentes de quando estamos em equipas a jogar “de borla” e por outros objectivos. Olhando ao que se passou há oito anos atrás, não digo que estivesse muito “verde” mas claramente havia coisas que teria feito de outra forma e não fiz. E logicamente que nesta passagem [por Aljustrel] não as irei repetir.