A companhia Teatro ao Largo, de Odemira, considera que os critérios para atribuição de apoios à arte por parte do Estado penalizam os “pequenos grupos de província”.
“Basicamente, foi feito um programa para apoiar os grupos com estruturas como a Cornucópia [companhia teatral de Lisboa]”, diz à Agência Lusa o produtor executivo do Teatro ao Largo, Pedro Pinto Leite.
O dirigente considera que o Alentejo “foi, mais uma vez, penalizado” na distribuição dos apoios directos na área do teatro da Direcção Geral das Artes (DGArtes).
Segundo Pedro Pinto Leite, “é muito claro, quer nos regulamentos, quer na resposta que é dada”, que os programas da DGArtes “não estão feitos para apoiar pequenos grupos na província, que chegam a toda a gente”.
“Ir ao campo fazer um espectáculo não interessa muito”, lamenta o responsável.
Numa carta dirigida ao director geral das Artes, Samuel Rego, a que a Lusa teve acesso, a direcção da companhia profissional do Litoral Alentejano afirma que os critérios de selecção do concurso “não tomam em conta” as diferenças nas formas de organização dos grupos.
Nesse sentido, e considerando que “a DGArtes tem pouca noção do trabalho desenvolvido pelo Teatro ao Largo”, os responsáveis recomendam que seja desenvolvido “um programa de avaliação contínua (…) a todos os grupos”.
“A pessoa paga para fazer o acompanhamento do nosso grupo, há cerca de três anos que não aparece”, acusam.
O Teatro ao Largo era contemplado ininterruptamente pelos concursos da DGArtes há 16 anos, tendo recebido, no último programa quadrienal, 75 mil euros anuais, explica Pedro Pinto Leite à Lusa.
Agora, o financiamento da companhia provém quase exclusivamente dos protocolos estabelecidos com os municípios de Odemira e de Santiago do Cacém, cujo valor global ronda os 50 mil euros por ano.
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