O aeroporto de Beja continua na mira da empresa Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV), que não esconde o interesse em vir a operar a partir do equipamento alentejano.
Depois de ter feito o voo que estreou o equipamento a 13 de Abril de 2011, a companhia revelou o seu desejo no início deste ano e voltou a reafirmá-lo no final do passado mês de Junho, em Ferreira do Alentejo, durante um debate na Feira Nacional da Água e do Regadio.
“Há um potencial grande a explorar [neste aeroporto]. Por isso acho que temos tudo a ganhar em operar em Beja”, sublinhou na ocasião Mário Almeida, delegado da TACV para a região ibérica.
Para Mário Almeida, “Beja tem todas as condições para operar com companhias que precisam de deixar parte dos passageiros e seguir para rotas mais longas”, como é o caso da TACV, que já voa para aeroportos europeus como Lisboa, Madrid (Espanha), Paris, Marselha (ambos em França), Amesterdão (Holanda) ou Malpensa (Itália), além de Fortaleza (Brasil) e Boston (EUA), entre outros.
Além do mais, continua este responsável, os eventuais voos da TACV com passagem por Beja poderão ir além da componente turística, uma vez que existem muitos estudantes cabo-verdianos na região.
Eles “poderiam ser um potencial público-alvo”, sublinhou.
O facto do aeroporto de Beja ser “o ponto ideal para escalas técnicas e comerciais” é também elogiado pelo delegado da companhia aérea para a região ibérica, explicando que a TACV tem aviões a passar sobre Portugal que depois vão ao aeroporto espanhol de Las Palmas “apenas para abastecer”.
“Ou seja, estão a voar mais duas horas e meia e a consumir combustível. Vão para um aeroporto que tem um slot [N.d.r.: nome técnico para as faixas horárias atribuídas a cada voo em cada aeroporto], enquanto em Beja não temos slot – podemos entrar e sair. São essas potencialidades que é preciso explorar”, argumenta.
Outra das mais-valias do aeroporto de Beja valorizada por Mário Almeida é a sua proximidade ao porto de Sines, o que pode potenciar bastante as operações de cargas.
Um barco em Sines, “em vez de estar 14 ou 20 horas no porto, está apenas oito. É preciso conjugar e pensar a aviação [a partir de Beja] com a carga do porto de Sines”, vincou.
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