O sítio arqueológico do Outeiro do Circo, no concelho de Beja, foi alvo de um "acto de vandalismo", disse à Agência Lusa Miguel Serra, um dos responsáveis científicos pelo projecto.
O "acto de vandalismo" detectado no passado mês de Novembro no sítio arqueológico, um povoado fortificado do final da Idade do Bronze, entre 1.200 e 800 a.C., situado numa área de 17 hectares que abrange as freguesias de Mombeja e Beringel, terá sido praticado por "curiosos", que visitaram a zona escavada, admitiu o arqueológo Miguel Serra.
Ao dirigirem-se à zona, a sondagem 1, com cerca de 48 metros quadrados e que tinha sido escavada entre 2008 e 2011, os "curiosos" removeram, sem destruir, a manga plástica que cobria e protegia parte da área e estava segura por pedras e terras, que também foram removidas, explicou.
Os "curiosos" tinham "algum conhecimento" do que iam ver e terão removido as protecções para ver as escavações, porque fizeram e destaparam "exactamente o mesmo" que os responsáveis científicos do projecto costumam fazer quando promovem visitas ao sítio, disse.
"O problema foi que não tiveram o cuidado de recolocar as protecções" e uma área "considerável" da zona escavada ficou exposta a intempéries, o que provocou o aluimento de um troço de perfil de quatro metros de comprimento no topo sul da sondagem 1, provocando "danos" na muralha, explicou.
O acto de vandalismo provocou também uma linha de fractura no solo, com cerca de dois metros, junta à área escavada, o que "coloca em risco a aproximação de pessoas ao local" e pode "provocar novo aluimento", frisou.
Todos os vestígios arqueológicos encontrados na área escavada já tinham sido removidos, mas a situação provocou "a destruição de informação arqueológica", que pode ser recuperada, através de novas escavações, disse.
Segundo Miguel Serra, os responsáveis do sítio comunicaram a situação à Câmara de Beja, à qual pediram apoio para limpar a área afectada e colmatar os danos provocados.
No dia 9 de Janeiro, disse, funcionários da Câmara de Beja limparam a área, recolocaram a manga plástica de protecção e colocaram estacas à volta da zona ligadas por fita sinalizadora, para "assinalar a localização da sondagem por questões de segurança".
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