O objetivo está traçado: agora é jogar para ser campeão nacional! O repto foi lançado pelos próprios atletas, depois da seleção sénior da Associação de Futebol de Beja (AFBeja) ter garantido, no último fim-de-semana de janeiro, o apuramento para a fase final da Taça das Regiões, promovida pela UEFA.
“O repto foi lançado quando terminou este torneio e não foi por nós! Se conseguimos estar na fase final, agora vamos dar o nosso melhor e, sem falsas modéstias, tentar ser campeões nacionais”, assume ao “CA” o selecionador distrital, Carlos Jorge Guerreiro.
Para chegar à fase final a seleção da AFBeja teve de vencer a fase zonal. Integrada na Série E da competição, a equipa bejense disputou esta fase no Algarve, batendo a seleção da casa por duas bolas a uma e, depois, a formação da Associação de Futebol de Évora, atual detentora do troféu, por 3-1.
“As coisas correram como tínhamos lançado e conseguimos duas excelentes vitórias e duas exibições muito positivas”, reconhece Carlos Jorge Guerreiro.
Segundo o técnico, “desde o primeiro dia” que foi lançado aos atletas o objetivo de chegar à fase final da Taça das Regiões. “Se o campeão nacional era a seleção de Évora, uma associação ‘irmã’ [da AFBeja] e que terá tanta qualidade como nós cá temos, porque não ambicionarmos passarmos à segunda fase?”, questiona.
Para já, está dado o primeiro passo rumo ao título. Segue-se, entre os dias 22 e 25 de abril, a fase final, que vai realizar-se em Fátima e contará com a presença, além de Beja, das seleções distritais de Lisboa, Braga, Santarém, Vila Real e Ponta Delgada.
“Estamos a três jogos de poder ter um título nacional, que é algo que nos engrandeceria”, sublinha Carlos Jorge Guerreiro, acrescentando: “Queremos ombrear de igual para igual com as outras equipas e provar que em Beja temos tanta qualidade como noutros lados”.
Até à participação na fase final da Taça das Regiões, a seleção distrital de Beja realizou apenas quatro treinos. Ainda assim, suficiente para a equipa se apresentar em bom plano na competição, uma vez que todos os atletas chamadas demonstraram “vontade” e “competência”, frisa o selecionador.
“Todos disseram que estavam disponíveis para o nosso projeto” e, depois, “o grande critério [da convocatória] foi o da competência”, afiança Carlos Jorge Guerreiro.
Para o técnico, este torneio acaba por ser também “uma montra maior do que era há alguns anos”. “Mas mais que a projeção individual, penso que temos de ter aqui o sentimento de representar uma região e uma associação que, normalmente, é um dos ‘patinhos feios’ por estar muito interiorizada a nível do futebol distrital, com poucas equipas nos patamares seniores a disputar os campeonatos nacionais”.
Ou seja, conclui Carlos Jorge Guerreiro, “acho que esta é uma forma de dizermos presente e de os atletas se valorizarem individualmente. Não só a eles como a todo o campeonato distrital”.