As secundárias de Castro Verde [na foto], Odemira e Serpa acabaram por ficar de fora da lista de escolas a intervencionar revelada na passada semana, após o acordo estabelecido entre o Governo e diversas comunidades intermunicipais do país.
Para o deputado do PS eleito por Beja, depois de muitos meses a trabalhar em soluções “que procuravam responder aos problemas existentes, não resolvidos entre 2011 e 2015 e quantas vezes sublinhados pelos autarcas nos últimos meses”, o “preconceito ideológico da CDU” acabou por ser “superior à vontade de concretizar uma solução que resolvia os problemas dos estabelecimentos de ensino referenciados no Baixo Alentejo”.
“Infelizmente, as maiorias da CDU nas comunidades intermunicipais [do Baixo Alentejo e do Alentejo Litoral] inviabilizaram a possibilidade dos autarcas poderem recorrer a financiamentos comunitários de um milhão de euros em que teriam de comparticipar com 75 mil euros”, sublinha Pedro do Carmo, acrescentando: “Quando havia uma solução proposta pelo Governo PS, a CDU preferiu o preconceito ideológico e continuar a sublinhar os problemas”.
Para o deputado do PS, “com esta atitude as escolas públicas de Serpa, de Castro Verde e de Odemira que tinham problemas, por vontade da maioria da CDU nas comunidades intermunicipais, vão continuar a ter problemas”. E diz mais: “Não sendo possível resolver todos os problemas de uma só vez, a maioria da CDU impôs que parte dos problemas não pudesse ser resolvida”.
O deputado do PS argumenta ainda que “não querer fazer parte da solução nunca foi solução para alguma coisa no Baixo Alentejo”, defendendo que quando existem “soluções razoáveis todas devem ser agarradas, a bem do Baixo Alentejo e dos baixo-alentejanos”.
Também a deputada do PSD eleita por Beja veio a público criticar este desfecho, apontando o dedo aos deputados da região eleitos pelo PS e pelo PCP.
“Os deputados que suportam o Governo, Pedro do Carmo e João Ramos, não tiveram voz para fazer ouvir a urgência destas populações neste domínio”, diz Nilza de Sena, considerando ser “inadmissível que, depois de tantos pedidos e protestos dirigidos ao Ministro da Educação relativamente às escolas secundária de Serpa e de Odemira, estas escolas não tenham sido objecto de autorização nesta lista para reabilitação”.
“Sabendo que estas escolas estiveram fechadas em protesto legítimo por falta de condições, que chove lá dentro, que no Inverno não há de facto dignidade para alunos poderem aprender e professores ensinar, como se pode deixar de fora estas escolas na primeira lista de intervenção prioritária?”, questiona a parlamentar laranja.
CDU reage
Perante as críticas feitas pelo deputado do PS, a Coordenadora Distrital de Beja da CDU veio a público garantir que a Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (CIMBAL) "não teve, nem tem, nenhuma decisão que inviabilize qualquer investimento" nas escolas secundárias em causa, "tendo deixado aos municípios respectivos as decisões que melhor acomodassem as suas propostas".
"Pela sua parte os municípios referidos estarão em processos de análise com o Governo relativamente a cada caso, aguardando respostas", acrescenta a CDU em comunicado, acusando Pedro do Carmo de "sentir a necessidade de fazer prova de vida e intervir com carácter sistemático na campanha eleitoral autárquica".
Notícia actualizada às 9h28 de terça-feira, 1 de Agosto, com a posição da CDU Beja