A empresa intermunicipal Resialentejo investiu mais de quatro milhões de euros em 2022, a que se devem juntar “mais de 11,5 milhões” de investimento nos próximos três anos, de 2023 a 2025. Os valores constam do Relatório e Contas relativo a 2022 da empresa que gere o Sistema de Tratamento e Valorização de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) nos concelhos de Almodôvar, Barrancos, Beja, Castro Verde, Mértola, Moura, Ourique e Serpa, já aprovado.
Em declarações ao “CA”, o diretor-geral da empresa, José Pinto Rodrigues, explica que em 2022 a Resialentejo “registou um investimento total de mais de quatro milhões de euros”, o que demonstra “um enorme crescimento deste indicador face a 2021, em que se situava perto de um milhão e 900 mil euros”.
Foram investimentos “para cumprirmos as metas de tratamento de resíduos a que estamos obrigados a nível regional e nacional”, diz o gestor, destacando a criação de uma Unidade de Tratamento de Resíduos Orgânicos, para composto, que custou “cerca de dois milhões de euros”.
No último ano a Resialentejo procedeu ainda à “substituição de equipamentos muito antigos, com mais de 20 anos”, criou “novas oficinas para tratar do seu equipamento” e investiu cerca de 350 mil euros “na expansão do canil e gatil intermunicipal”, já em funcionamento.
O investimento da empresa em 2022 incluiu ainda “a construção de novas instalações sociais para o pessoal, na ordem dos 500 mil euros”, assim como a colocação de mais 30 ecopontos e “a reparação e substituição de outros 20 equipamentos desta natureza”.
Atualmente a Resialentejo conta, nos oito concelhos que abrange, servindo 86.505 pessoas, um total de “690 ilhas de reciclagem, correspondendo a um rácio de 125 habitantes por ecoponto”.
“[Em 2022] aproximamo-nos do cumprimento dos objetivos nacionais na gestão de resíduos”, afiança o diretor-geral da Resialentejo, José Pinto Rodrigues
De acordo com o diretor-geral da Resialentejo, no último ano a empresa obteve “um aumento de 3,2% em relação a 2021” na recolha seletiva, ao passo que as retomas de reciclados cresceram 4,8%, “com 62 kgs de resíduos por habitante, um valor anual acima da média nacional”.
“[Em 2022] aproximamo-nos do cumprimento dos objetivos nacionais na gestão de resíduos”, afiança Pinto Rodrigues, explicando que tal foi alcançado, desde 2019, através da duplicação dos trabalhadores da empresa, que passaram de 70 para cerca de 140, e sem aumentar as tarifas cobradas aos municípios.
“A tarifa que os municípios pagaram em 2022 é a mesma que pagaram em 2019. Duplicou-se foi número de trabalhadores e estão-se a cumprir os objetivos ambientais a que cada um dos municípios está obrigado perante o Governo”, reforça.
A Resialentejo conta investir mais de 11,5 milhões de euros até 2025, para “continuar a garantir a melhoria da qualidade do serviço prestado” às populações e responder às exigências do setor, revela ao “CA” o diretor-geral da empresa.
“São investimentos essenciais para cumprirmos as novas metas que foram definidas no Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos (PERSU) 2030, que nos obriga, até 2027, a cumprir uma série de metas e para isso temos de investir”, justifica ao “CA” José Pinto Rodrigues.
Segundo este responsável, nos planos da empresa intermunicipal está a construção de uma Unidade de Triagem Automática, “com tecnologia de ponta, para a separação dos diferentes plásticos que metemos nos ecopontos”. “Neste momento, isso é feito da forma semiautomática e temos de ter uma unidade que em vez e tratar uma tonelada/hora passe a tratar, pelo menos, três a quatro toneladas/hora”, explica.
A par disso, a empresa pretende “apostar muito na sensibilização e na recolha seletiva dos materiais”, estando prevista a colocação, nos oito concelhos, “de, pelo menos, mais 100 ecopontos em 2023”.