As fracas precipitações acumuladas “começam a ameaçar seriamente a próxima campanha de regadio” no Alentejo, numa altura em que as reservas privadas de água estão esgotadas, segundo um relatório divulgado pelo Ministério da Agricultura.
O documento do grupo de trabalho de acompanhamento e avaliação dos impactos da seca 2012, divulgado esta quinta-feira, 15, à noite, baseia-se em informação meteorológica e hidrológica até 29 de Fevereiro.
“Se nos sistemas de rega colectivos estatais a situação ainda não é preocupante, nas barragens privadas a situação é grave porque as reservas foram, de um modo geral, esgotadas na campanha anterior”, lê-se.
Nas barragens de grande e média dimensão, o volume de armazenamento está entre os 50% e os 70% e nas de pequena dimensão e charcas o volume varia entre os 30% e os 50%.
Nesta região do país, os animais estão a ser criados principalmente com palha, feno e silagens colhidos e armazenados no ano agrícola passado e com as ramas das podas dos montados e olivais.
“Algumas explorações já esgotaram as suas reservas, estando desde há algum tempo a adquirir palhas e fenos no exterior, bem como alimentos compostos”, refere o grupo de trabalho.
Há já alguns casos de palha comprada na região espanhola de Burgos.
Os bovinos, em particular, estão em má condição física e há o risco de “comprometer a criação dos bezerros que estão a ser amamentados, como também a fertilidade do efectivo”.
Ao nível dos cereais de Outono/ Inverno, se continuar sem chover, as “produções de grão e palha poderão estar comprometidas” e alguns produtores optaram por não semear ou não concluir sementeiras especialmente de trigo e cevada.
Os dados do final de Fevereiro que serviram de base ao relatório do Ministério da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território indicam que àquela data 68% do território continental estava em seca severa e 32% em seca extrema.
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