O programa de reprodução de saramugos, pequeno peixe que tem como habitat o rio Guadiana, que o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) está a desenvolver no Parque Natural do Vale do Guadiana, que abrange os concelhos de Mértola e Serpa, “é um caso de sucesso”.
Segundo o ICNF, o projeto voltou a “ter êxito na reprodução de larvas de saramugo” neste mês de maio, tendo sido detetados, nos tanques de reprodução, larvas correspondentes a três das cinco subpopulações que são mantidas no âmbito deste programa.
A mesma fonte acrescenta que o programa tem como “principal objetivo” a “manutenção das reservas genéticas destas sub-populações”, assim como a sua reprodução, sendo que desde 2006 “que estas populações são mantidas em tanques separados, que reproduzem o melhor possível o habitat natural da espécie”.
Em comunicado, o ICNF explica que esta nova descendência “servirá agora para reforçar as populações existentes em meio natural”.
A sua introdução “acontecerá quando as ribeiras estabilizarem e mantiverem condições ambientais propícias, após a retoma do caudal, que tanto pode ocorrer no outono, no inverno ou apenas na primavera”, revela.
Em média, “são mantidos em cativeiro cerca de 250 indivíduos” e periodicamente “são realizados reforços de indivíduos das ribeiras para os tanques para redução dos efeitos de perda de variabilidade genética a ela associada dentro de cada grupo e assim potenciar a preservação do património genético”.
Recorde-se que o saramugo está classificado como espécie “em perigo” à escala global e “criticamente em perigo” a nível nacional, sendo uma das espécies piscícolas de água doce mais ameaçada do nosso país.
O programa do ICNF enquadra-se no Plano de Ação do Saramugo – Gestão das Populações de Saramugo em Portugal, apoiado pelo POSEUR.