Quercus denuncia abate de centenas de sobreiros no concelho de Odemira

Quercus denuncia abate de centenas de sobreiros no concelho de Odemira

A associação ambientalista Quercus denunciou esta segunda-feira, 10, o "abate ilegal de centenas de sobreiros" no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, no concelho de Odemira, apelando às autoridades para reforçarem a fiscalização na área do ambiente.
Em comunicado enviado à Agência Lusa, a Quercus diz que foi alertada para o abate ilegal de centenas de sobreiros, a decorrer há várias semanas, na Herdade do Leonardo, numa área de cerca de 120 hectares, junto a Troviscais.
A associação ambientalista indica que esta propriedade está localizada no interior do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, em área de protecção parcial Tipo II e também integra o Sítio de Importância Comunitária da Rede Natura 2000 – Costa Sudoeste.
Após receber a denúncia, a Quercus diz ter alertado o Serviço de Protecção da Natureza e Ambiente (SEPNA) da GNR e o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), já que, "apesar de alegadamente a situação ser do conhecimento destas entidades, o abate prosseguia sem que fosse apreendida a maquinaria utilizada na acção".
A associação ambientalista salienta que já confirmou no local "o abate do arvoredo", tendo constatado "a existência de vários sobreiros verdes cintados pelo proprietário, que serviam de indicação para o prestador de serviço efectuar o corte, mesmo sem qualquer autorização legal".
"Não obstante termos conhecimento da existência de uma autorização para abate de 120 sobreiros secos, verificámos que foram abatidos, pelo menos, cerca de 300 sobreiros verdes sem qualquer autorização e também diversos carvalhos portugueses", escreve a Quercus.
Segundo a associação ambientalista, estava no local "um semi-reboque carregado de troncos de sobreiros, com folhagem verde, que não foi preventivamente apreendido pelas autoridades conforme o disposto na legislação".
Advertindo que se trata de uma situação "muito grave" e que "evidencia o descontrole da actividade de comércio de lenhas", a Quercus exige "a actuação imediata das entidades competentes para repor a legalidade".
Neste caso, os ambientalistas da Quercus defendem que deve haver "uma especial atenção" quanto a uma "eventual atribuição de apoios públicos a projectos agro-florestais a decorrer na Herdade do Leonardo".
Para a associação, "este atentado" revela "a falta de fiscalização efectiva para impedir os abates da floresta protegida" e a "incapacidade do Estado para travar algumas acções ilegais que, infelizmente, ainda se continuam a verificar em território nacional".

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