O presidente cessante da Câmara de Beja garante que o executivo PS reduziu em quase 12 milhões de euros a dívida total do Município, para 23,8 milhões de euros.
"Deixamos a Câmara numa situação financeira estável, equilibrada, controlada e, diria até, confortável, tendo em conta que foram pagos 11,9 milhões de euros" de dívida, disse Jorge Pulido Valente esta terça-feira, 15, a dois dias de deixar a presidência da Câmara de Beja, que perdeu para a CDU nas eleições autárquicas de 29 de Setembro.
O autarca falava numa conferência de imprensa, em Beja, na qual fez um balanço "muito positivo" do mandato, referindo que "a obra, o trabalho, a recuperação financeira e a reorganização dos serviços da autarquia feitos pelo actual executivo PS estão à vista".
No passado dia 30 de Setembro, a dívida total da Câmara de Beja, incluindo facturação, potencial de facturação e empréstimos, era de 23,8 milhões de euros, explicou a vereadora cessante da autarquia com o pelouro das Finanças, Cristina Valadas, lembrando os "34 milhões de euros" de dívida "herdada" do anterior executivo CDU em 2009.
Segundo a vereadora, aos 23,8 milhões de euros terão que ser deduzidos valores que "não estão considerados", como 1,3 milhões de euros de potencial de facturação e 534 mil euros de "procedimentos" que não foram registados pelo anterior executivo CDU, o que dará uma "diminuição de dívida de aproximadamente 12 milhões de euros".
Cristina Valadas disse que a Câmara de Beja, ao nível do endividamento líquido de médio e longo prazo, cumpriu este ano, em Junho, "os objectivos impostos pelo Orçamento do Estado" e, por isso, o novo executivo CDU, liderado por João Rocha e que toma posse na quinta-feira, 17, "estará descansado relativamente a esta questão".
Segundo Jorge Pulido Valente, a Câmara de Beja está "num processo de melhoria e de recuperação financeira total", o qual "ainda não está, obviamente, concluído".
Isto porque, "não foi possível" liquidar um montante de dívida que permitiria à Câmara de Beja estar a receber 100% das transferências do Orçamento do Estado em vez dos actuais 75%, devido ao facto de não ter conseguido contrair um empréstimo ao Estado, através do Programa de Apoio à Economia Local (PAEL) e que iria servir para pagar dívidas, explicou o autarca.
"Este processo de consolidação orçamental deverá continuar, o que obriga a uma gestão, como nós vínhamos fazendo, muito rigorosa, muito contida", porque "qualquer descuido pode comprometer o processo e o objectivo final de equilíbrio das contas" da autarquia, defendeu Jorge Pulido Valente.
A proposta de candidatura ao PAEL, através do qual a Câmara de Beja queria contrair um empréstimo para pagar dívidas a curto prazo e que poderia variar entre os 3,9 e 5,9 milhões de euros, foi chumbada, por duas vezes, pela Assembleia Municipal de Beja, com os votos contra da maioria CDU e do Bloco de Esquerda.
