O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Ourique (SCMO) alerta que “não se avizinham tempos fáceis” para as famílias e para as instituições sociais, devido à inflação, ao aumento generalizado de custos e a uma mais que provável recessão económica.
“Não se avizinham tempos fáceis” e quem apoia “quem mais precisa” enfrenta “vários desafios”, nomeadamente “a própria sustentabilidade das instituições do setor social”, refere José Raul Santos ao “CA”.
Este responsável recorda que as misericórdias – e as instituições sociais na generalidade – “já estavam desgastadas depois de dois anos e meio de pandemia”, pelo que “se as despesas aumentam e as receitas são as mesmas não há plano [de contenção] que resista”.
Ainda assim, continua, na SCMO “estamos a trabalhar com o objetivo de perceber onde podemos ser mais eficientes energeticamente e onde é possível baixar a despesa, nunca colocando em causa o conforto dos utentes”.
José Raul Santos reconhece que os níveis de inflação “provocaram um aumento feroz das despesas” das misericórdias e IPSS, “o que já levou o Governo a atualizar o acordo com as instituições”.
“No entanto, estas medidas não estão claras e podem não chegar, pois não sabemos qual vai ser a evolução da inflação e do impacto que uma recessão pode ter”, diz o provedor da SCMO, lembrando que “é em momentos de crise que as misericórdias são mais precisas”.
“Existimos para ajudar as pessoas e independentemente das dificuldades pelas quais passamos, a Santa Casa da Misericórdia de Ourique continuará a cumprir a sua missão: apoiar quem mais precisa. Esta será sempre uma porta aberta”, afiança.