Nesta quadra da Páscoa, quando o borrego é "rei" à mesa dos alentejanos, a procura de borregos está a ser semelhante à de 2011, mas os lucros dos produtores são menores, devido ao aumento dos custos de produção.
No caso do Baixo Alentejo, e apesar da crise, a procura de borregos nesta época de Páscoa também está a ser "semelhante" à de 2011, mas este ano "está a vender-se um pouco menos", porque "a oferta disponível é menor", disse à Lusa Miguel Madeira, da associação ACOS – Agricultores do Sul.
"Há menos borregos disponíveis para venda, porque os efectivos de pequenos ruminantes", como os ovinos, "estão a diminuir a uma velocidade preocupante" na região, explicou.
Segundo Miguel Madeira, ajudas comunitárias inferiores às disponíveis para bovinos, as "maiores exigências de mão-de-obra" e a "tremenda carga burocrática" associada às explorações de pequenos ruminantes levam os produtores pecuários, sobretudo os mais velhos e de baixa escolaridade, a abandonar a criação de ovinos e a virarem-se para os bovinos.
Por outro lado, este ano, as margens de lucro dos produtores pecuários são "mais baixas", porque o preço do borrego é "praticamente o mesmo de 2011", ou seja, cerca de cinco euros por quilograma de carcaça, mas "aumentaram os custos com todos os fatores de produção", frisou.
O preço do gasóleo aumentou e, devido à falta de pastagens, provocada pela seca, os produtores tiveram "custos acrescidos" para alimentar o gado, já que foram "obrigados" a comprar rações, cujos preços também "aumentaram", explicou.
"Tudo isto encarece a produção de borregos, que estão a ser vendidos ao mesmo preço do ano passado e, por isso, as margens de lucros dos produtores são mais baixas", sublinhou Miguel Madeira.
CONTACTOS
Correio Alentejo
geral@correioalentejo.com
Tel.: 286 328 417
Rua Campo de Ourique, 6 – A
7780-148 Castro Verde