A área de cereais para grão na zona do Campo Branco vai reduzir bastante na campanha Outono-Inverno, garante o presidente da associação de agricultores local.
“Muitos agricultores só estão a fazer sementeiras de Outono-Inverno para forragens e fenos e para cumprimento de medidas agro-ambientais. Portanto, vai haver uma quebra acentuada da área semeada para cereais de grão” nesta zona, adianta ao “CA” José da Luz Pereira.
De acordo com o presidente da Associação de Agricultores do Campo Branco (AACB), “a corda está a apertar muito” para o lado dos lavradores desta sub-região, que ainda recuperam dos elevados prejuízos causados pelas últimas duas campanhas, marcadas pela ausência de chuva… e pelo excesso de água.
“Vínhamos de um período de seca e de um momento para o outro passámos para uma situação de encharcamento. E no Campo Branco, sempre que chove muito, as coisas ficam bastante complicadas. Porque isso obriga a uma alimentação mais cara na pecuária. E quem produziu cereais para o Verão teve de gastar muito mais dinheiro” que o habitual, justifica José da Luz Pereira.
Além do mais, continua o presidente da AACB, muitos dos lavradores que produziram mais cereais do que aquele que necessitavam para consumo próprio sentiram “uma grande dificuldade no escoamento” e comercialização da sua produção.
“Quem não tem consumo próprio ou consumo suficiente para os cereais que produziu, está neste momento com grandes problemas, devido ao comércio internacional, que coloca no nosso país produtos muito mais baratos durante esta campanha do que estamos a produzir. Portanto, há muito cereal em armazém, o que vai levar muitos agricultores a reduzirem substancialmente a sua produção nesta campanha que começou agora”, argumenta José da Luz Pereira.
