Ofensas, injúrias e uma tentativa de agressão por parte do tesoureiro do clube – foram estes os motivos que levaram Hélder Mamede a demitir-se da presidência do Moura AC.
Depois de num primeiro momento não ter querido revelar os motivos que o levaram a deixar a liderança do clube no passado dia 15, Hélder Mamede acabou por emitir na sexta-feira, 18, um comunicado onde fala dos insultos, das injúrias e da tentativa de agressão de que foi alvo e que acabaram por justificar a sua decisão.
De acordo com o ex-dirigente, tudo começou a 6 de Outubro, durante a visita do Moura AC ao reduto do Ferreiras, em jogo a contar para a Série H do Campeonato Nacional de Séniores.
“Após o final do jogo, aquando do regresso para Moura, fiquei estupefacto, quando observo que o treinador da equipa sénior do Moura AC, que não regressa com a comitiva, se despede e cumprimenta a comitiva, não o fazendo à minha pessoa”, conta Hélder Mamede, garantindo que o técnico Joaquim Mendes voltou a fazer o mesmo no primeiro treino da semana (dia 8) e nos dias seguintes.
“Aguardei durante toda essa semana que o treinador se dirigisse a mim. Tal situação não aconteceu até ao dia da minha demissão, redigida no dia 13 de Outubro”, acrescenta Hélder Mamede.
Mas nesse mesmo dia, continua o ex-dirigente mourense, aconteceu um novo caso.
“No decorrer do jogo de juvenis da equipa do Moura AC no Complexo Desportivo, não estando eu presente, fui ofendido e enxovalhado, perante dirigentes actuais, ex-dirigentes, sócios e adeptos do clube, por um dirigente por quem eu sempre tive uma grande consideração, respeito e que sempre defendi”, escreve Hélder Mamede, garantindo que as ofensas “continuaram na tarde”, por intermédio da mesma pessoa, durante o jogo da equipa sénior com o Pinhalnovense.
“Quando tive conhecimento de tais situações, decidi que o meu tempo tinha terminado à frente dos destinos do clube, pelo facto de me sentir traído e apunhalado por uma pessoa com quem tive o privilégio de trabalhar em prol do clube e que, como referi e volto a repetir, sempre tive muita confiança, respeito e admiração”, sublinha.
Contudo, a demissão apresentada por Hélder Mamede no dia 15 ao presidente da Mesa da Assembleia Geral acabou por não ser aceite por este responsável, que lhe pediu para continuar no cargo.
“Durante a noite reflecti e estava na disposição de continuar, mas para tal teria que haver uma reunião onde se pudesse pôr tudo em pratos limpos”, revela Hélder Mamede.
Essa reunião acabou por decorrer no final da tarde de 17 de Outubro e foi aí que o pedido de demissão de Hélder Mamede se tornou irreversível, após ter revelado, a pedido dos presentes, que o nome do dirigente que o ofendeu no fim-de-semana anterior fora o tesoureiro do clube, Francisco Cândido.
“Tendo esta pessoa afirmado que assumia o que tinha dito, parte para uma tentativa de agressão física à minha pessoa, a qual não se dá pelos presentes não terem permitido, razão pela qual imediatamente abandonei a reunião e transmiti via telefónica a situação ao presidente da Assembleia Geral do Moura AC e na qual pedi por favor para aceitar o meu pedido de demissão”, conclui Hélder Mamede.
