Passados três meses após ser eleito pela primeira vez nas urnas enquanto presidente, o presidente da Câmara de Ourique revela que a sua grande prioridade é trabalhar em prol dos ouriquenses. “Queremos continuar a desenvolver um conjunto de políticas próximas das pessoas, em prol das populações e da qual fazem parte algumas das linhas políticas que são prioridade deste executivo”, diz em entrevista ao “CA”.
O Orçamento e GOP da Câmara de Ourique para 2018 estão aprovados. Qual é a principal “linha de força” destes documentos?
Em primeiro lugar, manter o rigor na gestão da Câmara Municipal e nas suas contas. E depois continuar a desenvolver um conjunto de políticas próximas das pessoas, em prol das populações e da qual fazem parte algumas das linhas políticas que são prioridade deste executivo. Queremos continuar com as políticas sociais, porque têm um impacto muito grande na vida das pessoas e fazem a diferença – para melhor – na vida das nossas populações. E depois, num espírito de parceria e de agarrar as oportunidades de financiamento comunitário, queremos concretizar alguns dos projectos que o nosso concelho ambiciona e dos quais temos necessidade no curto-prazo.
Por exemplo?
Estamos a desenvolver um conjunto de projectos de reabilitação urbana. Temos quase concluída a reabilitação urbana dos largos da Palmeira e da Amoreira, em Garvão. Temos em desenvolvimento a empreitada de reabilitação do centro histórico de Ourique. E depois há um outro conjunto de projectos de melhoria ambiental, onde estamos a concluir a ETAR da Conceição e onde ambicionamos concretizar durante este ano – e já apresentámos recentemente duas candidaturas nesse sentido – as ETAR de Santana da Serra e de Grandaços. Depois temos alguns projectos em parceria e que estão neste momento a iniciar-se, caso da remodelação e ampliação do quartel dos Bombeiros Voluntários de Ourique, que está neste momento a iniciar-se. E falo também de outro projecto que há muito reivindicamos para Ourique e em que temos tido sempre uma posição de procurar a solução e nunca o problema, que é a construção do novo Centro de Saúde.
Em que ponto está esse processo?
O Município já disponibilizou à Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA) um terreno para a construção deste mesmo centro de saúde e tenho a informação, por parte da ULSBA, que o projecto está já em fase de conclusão. Ambicionamos que a obra possa avançar para o terreno durante este ano de 2018.
É uma obra importante para o concelho?
É uma obra há muito desejada, que há muito ambicionamos para o concelho. Tivemos sempre uma postura muito reivindicativa com os vários governos, mas também uma postura de encontrar uma solução. Foi isso que agora se conseguiu fazer em parceria com a ULSBA e o Ministério da Saúde. E existindo agora as oportunidades de financiamento para isso, foi com muita satisfação que recebemos a notícia que este projecto vai avançar.
Falou da área social. Vai haver novidades nos próximos tempos?
Desenvolvemos um conjunto de política sociais grandes nas várias faixas etárias e isso será para manter. Mas ambicionamos mais e queremos concretizar novos projectos. Por isso elaborámos o Plano de Acção e Intervenção nas Comunidades Desfavorecidos (PAICD), onde perspectivamos durante este ano poder avançar coim um conjunto de projectos, nomeadamente na melhoria daquilo que são as condições de habitação social e do bairro social de Ourique, o bairro do Rosal, assim como das condições do ATL de Ourique. Também queremos ir mais além, nomeadamente naquilo que é a reabilitação urbana, onde ambicionamos – embora isso esteja ainda numa fase embrionária – poder reabilitar imóveis que estão devolutos para serem utilizados por quem mais precisa.
O sector agro-pecuário continua a ser o pilar da economia do concelho de Ourique?
Nesta área sentimos que há muito trabalho feito, mas que há muito para ser feito. É por isso importante continuar a valorizar o Mundo Rural! Ourique é um concelho com um território claramente rural e temos orgulho em poder dizer que somos um concelho com uma matriz muito rural. E por isso esse Mundo Rural merece ser valorizado, porque tem muitas oportunidades para serem exploradas. Seja na área agro-pecuária (que é um dos grandes pilares da nossa economia local), mas também no Turismo e na nova agricultura, com a vinda de Alqueva até ao concelho de Ourique, através da barragem do Monte da Rocha.
O regadio traz novas janelas de oportunidade para Ourique?
Sim! Perspectiva-se que no final de 2020, início de 2021, a nova ligação de Alqueva ao Monte da Rocha e um novo perímetro de rega possa estar concluído. Isso é uma nova perspectiva para a agricultura no concelho e faz com que também possamos olhar para as culturas regadas com outra perspectiva, permitindo a criação de novos postos de trabalho e o desenvolvimento agrícola.
Na área da dinamização económica existem novos projectos para 2018?
Temos neste momento em discussão pública um programa municipal de apoio ao empreendedorismo. É uma medida da Câmara Municipal destinada aos pequenos empresários que criem novos postos de trabalho, sendo que a Câmara apoiará, com um financiamento de 70% até 4.000 euros, investimentos que gerem pelo menos um novo posto de trabalho. Isso vai de encontro àquele que é um dos objectivo deste mandato, que é a área do desenvolvimento económico.
Quando será realidade esse programa?
Até ao final do primeiro semestre estará no terreno. Também nessa área vai entrar em discussão pública, a muito breve prazo, a revisão do Plano Director Municipal, onde ambicionamos a criação de uma nova Zona de Actividades Económicas, que é uma necessidade que Ourique tem.
Porquê?
Ourique tem uma localização privilegiada: está entre Lisboa e o Algarve, está junto à A2m, está junto ao IC1, temos via férrea, temos ligação directa a Beja… Temos uma localização efectivamente privilegiada e sentimos necessidade de disponibilizar espaços a novos empresários que queiram investir em Ourique, de forma a fixar empresas e a criar desenvolvimento económico e novos postos de trabalho.