A existência de uma turma de Matemática do 10º ano com 34 alunos e o facto dos estudantes dos cursos profissionais serem obrigados a deslocarem-se diariamente entre os concelhos de Ourique, Castro Verde e Almodôvar através de um serviço de autocarros “completamente desajustado” às suas necessidades são alguns dos problemas do Agrupamento de Escolas de Castro Verde que levaram os deputados do PCP João ramos e Rita Rato a apresentar um requerimento ao Ministério da Educação e Ciência.
As questões dos eleitos comunistas surgiram depois da Comissão de Educação, Ciência e Cultura, no âmbito do Grupo de Trabalho dos Currículos do Ensino Básico e Secundário, ter recebido em audiência um professor do Agrupamento de Escolas de Castro Verde.
Na ocasião, sustentam os deputados do PCP, o docente alertou “para o problema da imposição da oferta curricular dos cursos profissionais por parte do Ministério da Educação e Ciência às direcções das escolas”, o que obriga os estudantes “a deslocarem-se diariamente entre os concelhos de Ourique, Castro Verde e Almodôvar, através de um serviço de autocarros completamente desajustado com as necessidades dos alunos, num percurso que chega a demorar duas horas e a dificultar profundamente o processo pedagógico e o sucesso escolar dos alunos”.
O mesmo professor apontou ainda para a existência de uma turma de Matemática do 10º ano com 34 alunos, devido ao facto da Direcção Regional de Educação do Alentejo “não ter autorizado duas turmas, cada uma com 17 alunos”.
“Assim, uma turma de 10º ano tem 34 alunos e a outra tem 27 alunos, violando claramente o estabelecido na lei”, acrescentam os eleitos do PCP.
Estas situações levaram João Ramos e Rita Rato a questionar o Governo, através do ministério de Nuno Crato, sobre as medidas que vão ser tomadas “para garantir que os horários dos transportes escolares são adequados ao cumprimento dos horários escolares”.
Os deputados comunistas pretendem ainda saber se o Governo “reconhece que impôs uma oferta curricular dos cursos profissionais contra a opinião da escola”, quais as medidas urgentes que “vai tomar para garantir o cumprimento da lei, designadamente quanto ao número de alunos por turma” e qual “a justificação para não autorizar a constituição de duas turmas de Matemática de 17 alunos em vez de uma turma com 34 alunos”.
Finalmente, João Ramos e Rita Rato querem também saber se o Governo reconhece “que ao não autorizar a constituição de duas turmas está a prejudicar o acompanhamento pedagógico e a relação professor/ aluno, e consequentemente o sucesso escolar”.
