O PCP vai propor uma "visita urgente" da Comissão Parlamentar de Obras Públicas ao IP8, sublinhando que esta parceria público-privada (PPP) continua em vigor, obrigando o Estado a pagar milhões de euros, apesar de o projecto ter sido suspenso.
A proposta foi anunciada esta terça-feira, 9, pelo líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares, no final das Jornadas Parlamentares comunistas, que decorreram em Beja, e durante as quais "em diversos momentos foi suscitado o grave problema do IP8, face à interrupção da obra e ao estado precário e perigoso em que foi deixada esta via estruturante".
"A PPP constituída em torno deste projecto confirmou-se como opção ruinosa para o interesse público e o que foi anunciado como renegociação da PPP resume-se afinal ao cancelamento substancial de investimento, viadutos inacabados e deixados ao abandono, movimentações de terras não estabilizadas, caminhos rurais danificados ou até intransitáveis, ameaças à segurança de pessoas e bens", disse o deputado.
Bernardino Soares destacou que "tudo isto" é "resultado de uma PPP que permanece em vigor, com pagamentos de centenas de milhões de euros do Estado à subconcessionária ao longo das próximas décadas".
"O PCP, além de confrontar o Governo com as suas responsabilidades neste processo, vai propor uma visita urgente da Comissão Parlamentar de Economia e Obras Públicas ao IP8, com a observação das condições desta via e o encontro com autarquias e outras entidades", afirmou.
Na mesma intervenção, Bernardino Soares anunciou ainda avançar com o agendamento da proposta que já apresentou no Parlamento relacionada com "o desenvolvimento e concretização do projecto do Alqueva", pelo qual "o PCP nunca deixou de lutar", por considerar que cria "oportunidades para a região e para o país", sobretudo a sua "vertente de produção nacional", que pode contribuir para reduzir o défice agro-alimentar de Portugal.
Entretanto, o presidente da Câmara de Santiago do Cacém convidou o secretário de Estado das Obras Públicas, Sérgio Monteiro, para visitar o "cemitério de obras e infra-estruturas" deixado no seu município pela suspensão da construção da A26.
"Desejo que venham ao terreno ver o estado perigosíssimo em que isto se encontra", disse à Agência Lusa o autarca Vítor Proença, eleito pela CDU.
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