O Partido Socialista considera que os primeiros 12 meses do mandato 2013-2017 da CDU à frente da Câmara Municipal de Castro Verde foram “um ano completamente perdido”.
Em conferência de imprensa realizada ao final da tarde desta quinta-feira, 30, os socialistas fizeram “um balanço muito negativo” da gestão da CDU na autarquia castrense ao longo dos últimos 12 meses, acusando a maioria comunista de “repetir um modelo de gestão sem projecto”, que se limitou “a apostar em muita animação cultural e na completa falta de respostas para os problemas que afectam as pessoas do concelho”.
“2014 foi um bocadinho mais do mesmo”, disse na ocasião o vereador António José Brito.
A falta de intervenção na rede de águas na zona antiga de Castro Verde, o adiamento da criação da Zona de Actividades económicas ou a inexistência de uma estratégia para travar a desertificação e abandono das freguesias foram algumas das críticas feitas à CDU pelo PS, que compara este modelo de gestão à fábula da cigarra e da formiga.
Para António José Brito, em Castro Verde “tem faltado à Câmara Municipal o trabalho da formiga que sabe acautelar esses tempos exigentes que irão surgir”, lembrando que a autarquia recebeu cerca de 22,5 milhões de euros de impostos da mina de Neves-Corvo nos últimos 10 anos, tendo por isso a “obrigação de estar preparada e ter feito as coisas de outra maneira”.
Mas a Câmara “tem preferido sempre ser a cigarra, apostando muito em festas, feiras e romarias – que não são dispensáveis, muito longe disso –, ao invés de se ter preocupado em criar uma estratégia que permita termos resposta no futuro de outra natureza naquilo que diz respeito, em primeiro lugar, à alternativa à actividade mineira”, contrapôs.
O vereador do PS disse ainda que a autarquia “tem hoje uma despesa corrente elevadíssima”, criada em função das receitas da Derrama da Somincor, que deverão diminuir drasticamente nos próximos anos devido às isenções fiscais recentemente concedidas pelo Governo à empresa mineira.
“Isso vai causar graves dificuldades na gestão do Município”, afiançou António José Brito, considerando que o facto do presidente da Câmara de Castro Verde, “quando confrontado com o risco grave de não vir a receber qualquer receita dos impostos da Somincor em 2015, admitir que poderá ter de recorrer a crédito bancário” é ilustrativo de que “algum trabalho não foi feito”.
“Incentivamos a maioria CDU a começar já a reflectir sobre isso, sob o risco de todas as consequências desta má gestão e desta péssima visão que a CDU teve do concelho nestes anos todos vir a cair sobre os ombros dos castrenses. E isso pode acontecer mais cedo que tarde”, concluiu.
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