O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM) apresentou esta sexta-feira, 7, uma contraproposta à administração da concessionária das minas de Neves-Corvo, em Castro Verde, numa reunião em que o Governo foi uma “grande ajuda”, disse fonte sindical.
O encontro, promovido pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, decorreu em Lisboa, juntando à mesma “mesa” representantes do STIM, da empresa mineira Somincor e do governo, por forma a resolver o conflito entre as duas partes e que este ano já motivou a convocação duas greves em Neves-Corvo.
Em comunicado enviado ao “CA”, o STIM adianta que ter apresentado uma contraproposta à Somincor, “que a empresa aceitou avaliar e dar resposta à mesma até ao final da próxima semana”.
Contactado pelo “CA”, o coordenador do STIM, Albino Pereira, escusou-se a revelar em que consistiu a contraproposta apresentada pelo sindicato.
“Primeiro queremos saber a resposta da empresa e depois vamos comunicar aos trabalhadores em plenário”, diz o dirigente sindical, sem deixar de elogiar a intervenção do governo no processo.
“Foi uma grande ajuda nesta discussão e esperamos que, desta vez, fique arrumada esta questão”, frisa.
A reunião entre o STIM e a empresa mineira Somincor foi agendada na segunda-feira, pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, tendo levado à suspensão da greve, de dois dias por turno, que o sindicato tinha convocado para a mina de Neves-Corvo entre os dias 04 a 08 de junho.
Em causa está o caderno reivindicativo apresentado pelo STIM, no final de 2023, onde são exigidas progressões na carreira e aumentos de salários de 150 euros por trabalhador.
O sindicato pede ainda o aumento de vários subsídios, assim como a renegociação do seguro de saúde, uma vez que os trabalhadores passaram “a pagar mais de franquia”.
A estas reivindicações a Somincor respondeu com um aumento de 4,3% nos salários, que o STIM considera “insuficiente”.
Este diferendo acabou por motivar uma greve em Neves-Corvo, realizada entre os dias 26 e 28 de março.
Depois, e perante o impasse nas negociações entre as partes, o sindicato convocou uma segunda greve, entre as 06h00 de 04 de junho e as 07h12 de 08 de junho, que acabou por ser suspensa horas antes de arrancar, devido à marcação da reunião realizada hoje em Lisboa.