Natália Serrana, 27 anos, cigana. Natália sabe que quebrou barreiras, porque a vontade de conhecer, de sonhar e de descobrir o que a rodeia alterou aquilo que seria o hábito de uma menina da comunidade. Seguiu os estudos, trabalhou enquanto fazia o secundário, juntou dinheiro para a universidade e licenciou-se em artes.
É uma mulher realizada e que está a criar um exemplo de profunda mudança. Perguntei-lhe se podíamos gravar no Bairro das Pedreiras e o imediato “sim” ainda valoriza mais esta conversa.
É uma cigana completa, segue as tradições da comunidade que sendo unida ainda causa estranheza “aos senhores”, os não ciganos.
Trabalha actualmente em quatro escolas, no Bairro das Pedreiras e mantém outros trabalhos de apoio à causa cigana, em especial das meninas e mulheres. Fez as ilustrações de um livro sobre um menino cigano, do qual 1€ reverte para material escolar de meninas ciganas.
Acredita que a mudança só pode ser feita com a educação e começando nas crianças, porque a comunidade adulta está muito resignada e é quase impossível mudar.
O projeto mulheres com H é um projeto pessoal para marcar o papel da mulher e como esta pode criar o seu espaço emancipado, capaz e positivo. Natália Serrana é uma mulher com H no duplo sentido, quebrou barreiras numa comunidade ainda muito fechada e quebrou barreiras ao conseguir e ao ter vontade de o fazer. É por isso uma conversa de enorme valor e de grande esperança.
Veja aqui a entrevista a Natália Serrana.