A cidade de Chernivitsi, situada na zona ocidental da Ucrânia e a escassos quilómetros da fronteira com a Roménia, tem sido na últimas semanas “porta de saída” para milhares de cidadãos ucranianos, na sequência da invasão da Rússia àquele país.
Cinco desses refugiados – duas mulheres, de 29 anos cada, e três crianças, de três, seis e nove anos, respetivamente – chegaram recentemente ao Baixo Alentejo, onde foram acolhidos pela Santa Casa da Misericórdia de Beja (SCMB) e conseguiram encontrar a desejada paz.
“Todas estas pessoas se encontram emocionalmente estáveis. Referem apenas que agora é a aceitação e adaptação ao momento que estão a vivenciar”, conta ao “CA” a assistente social Raquel Amaro, que tem coordenado o processo de acolhimento de refugiados no seio da SCMB.
A chegada destes cinco cidadãos ao Alentejo ocorreu depois da Misericórdia de Beja ter manifestado, logo no início do conflito militar, a sua “disponibilidade imediata” junto da União das Misericórdias Portuguesas para acolher refugiados “com a maior brevidade possível”.
Os cinco refugiados ucranianos acabaram por chegar a Beja a 19 de março, tendo num primeiro momento ficado alojados na Pousada da Juventude da cidade. “Mas neste momento já se encontram na habitação disponibilizada pela Misericórdia”, revela Raquel Amaro.
Apesar de estarem há poucos dias numa terra estranha (e a milhares de quilómetros de distância das suas casas), os cinco refugiados já começaram a levar uma vida “normal”, tendo as crianças de três e seis anos sido integradas no Centro Infantil da SCMB, enquanto a de nove anos está a frequentar uma turma de um estabelecimento escolar da cidade.
Por sua vez, “uma das senhoras já tem data prevista para integrar o mercado de trabalho” e a outra está a “aguardar respostas”, revela Raquel Amaro.