Ministro da Agricultura elogia sector no Baixo Alentejo

Ministro da Agricultura

O esforço e investimento dos empresários agrícolas está a contribuir para a desmistificação da ideia de que no Alentejo tudo se faz de forma lenta. Uma ideia defendida pelo ministro da Agricultura, que reconhece que o sector está em franca expansão na região, nomeadamente na área do regadio, onde o crescimento tem acontecido a um “ritmo bastante forte”.
“Basta lembrar que no Alqueva estava previsto que 110 mil hectares só estivessem concluídos em 2025. E nós estamos em 2019 já com 120 mil hectares [regados]. Ultrapassámos a meta em seis anos”, diz Luís Capoulas Santos em entrevista ao “CA”. “Isto contraria aquilo que se diz do Alentejo, de que é tudo lento”, acrescenta.
Para o governante, o Alqueva está a abrir novos horizontes à agricultura da região, nomeadamente no Baixo Alentejo, onde existe a maior área beneficiada pela água da grande barragem. Uma nova realidade que se comprova com o aumento da produção de azeite ou com a diversificação de culturas na região – algumas delas impensáveis até há bem pouco tempo –, casos da amêndoa ou de algumas frutícolas e hortícolas.
“Acho que não há dúvidas para ninguém que o investimento no regadio é uma mais-valia para a economia, para a fixação de populações no território e, naturalmente, para garantir o nosso abastecimento alimentar”, enfatiza Capoulas Santos.
As mudanças no território são evidentes, mas não evitam que o ministro da Agricultura reconheça que o caminho a percorrer pela lavoura alentejana está longe de estar concluído. E um dos próximos desafios, afiança, passa pelo ganho de escala de produção para se poder garantir a etapa seguinte: a criação de unidades agro-industriais junto às explorações agrícolas.
“A agro-indústria é uma consequência lógica da actividade produtiva”, observa, para logo acrescentar: “Mas estamos no início de um projecto, que se vai paulatinamente desenvolvendo. […] As coisas têm o seu próprio ritmo e, no caso da actividade agrícola, esta tem de se instalar, de progredir, de se consolidar, de encontrar mercados, de encontrar volume de produção… Depois vem o passo seguinte, que é a transformação”.
Para Capoulas Santos, o futuro da agricultura no Alentejo é bastante risonho, com o governante a reafirmar que, salvaguardadas as proporções, a região tem todas as condições para ser a “Califórnia da Europa”. Mas nesta linha de desenvolvimento alicerçada no regadio o ministro crê continuar a haver espaço – e potencial – para o sequeiro, para a pecuária em extensivo ou para a floresta.
“Quando olhamos para ao desenvolvimento do Alentejo não estamos a olhar só para o regadio. Estamos a olhar para o complemento das actividades agrícolas e agro-florestais, por isso temos em execução uma estratégia para a recuperação da produção de cereais, temos vindo a apostar no apoio à pecuária extensiva e temos em curso a reforma da floresta”, advoga.
Capoulas Santos deixa, contudo, um alerta: não cabe em exclusivo aos agricultores e ao sector agrícola a responsabilidade de alavancar o desenvolvimento sócio-económico do Alentejo. “Não podemos pensar que é a agricultura o motor de desenvolvimento exclusivo de uma região! É apenas uma parte e está a fazer o seu papel. É necessário agora que os outros sectores da economia, sectores secundário e terciário, acompanhem também esta dinâmica”, conclui.

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Correio Alentejo

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