O ministro da Economia admite que o sector mineiro no Baixo Alentejo é comparável, ao nível do volume de emprego e à criação de valor acrescentado, à Autoeuropa. Manuel Caldeira Cabral esteve nesta terça-feira, 24 de Julho, em Aljustrel e em Mértola e na ocasião não deixou de elogiar a vitalidade do sector mineiro no Baixo Alentejo, nomeadamente o investimento em curso em Neves-Corvo e o crescimento registado na Almina.
“Quer pelo volume de emprego que criam, quer pelo valor acrescentado que criam, penso que” estas duas minas “são de facto comparáveis” à Autoeuropa, reconheceu o governante em declarações ao “CA”, à margem da cerimónia de inauguração do CEGMA, em Aljustrel.
Manuel Caldeira Cabral destacou o facto de, “tal como a Autoeuropa está neste momento a duplicar a produção”, também as minas no Baixo Alentejo estão a demonstrar “um potencial para o duplicar da produção”. “Portanto, já não é apenas uma Autoeuropa que está a duplicar a produção – a dos carros –, temos também aqui uma ‘Autoeuropa das minas’, que está de facto a ter um crescimento muito grande”, acrescentou.
Na opinião do ministro da Economia, o sector mineiro “está de facto a mexer e a mexer bem” na região e em todo o país. Uma realidade, disse, na qual o Governo também se empenhou muito. “Conseguimos que houvesse uma expansão dos projectos já existentes” e “demos também um dinamismo grande a duas áreas: a novos projectos que estavam parados” e ao “aspecto do conhecimento”, frisou Caldeira Cabral.
Nesse sentido, o governante encara com muita satisfação o investimento de 260 milhões de euros que a Somincor vai concretizar até 2019 para duplicar a produção de zinco na mina de Neves-Corvo, no concelho de Castro Verde.
“É um investimento muito importante, que vai ter um forte impacto nas exportações. Mas vai ter um impacto igualmente importante – ou mais importante ainda – na criação de emprego, em particular na criação de emprego no interior”, reconheceu o ministro, garantindo que o Governo “acarinhou muito este projecto”.
“Houve algumas dificuldades, até no campo laboral, mas estivemos na mina, falámos com os sindicatos, falámos com a administração, ajudámos e contribuímos para que se encontrasse uma solução e estou contente que se tenha encontrado uma solução. Estou feliz com isso, porque isso possibilitou que o investimento avançasse. Mas o meu contentamento tem a ver com perceber o impacto que isso vai ter no prolongar da vida daquela mina, no aumentar do emprego e no dinamismo que vai trazer, não apenas àquele concelho mas a toda esta região”, disse Manuel Caldeira Cabral.
Para o ministro da Economia, o dinamismo do sector mineiro conciliado com o crescimento da actividade agrícola proporcionado pelo Alqueva pode, ao contrário do que se canta em algumas modas alentejanas, fazer com que deixe de haver “tantos campos abandonados e tanto desemprego”.
“E isso é o mais importante: conseguirmos baixar o desemprego, conseguirmos criar emprego de qualidade e conseguirmos valorizar os nossos recursos, sejam eles minerais, agrícolas ou, mais importante, os recursos humanos, que queremos que continuem a estar nesta região”, concluiu.
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