Minas de Aljustrel fazem aposta na extracção de zinco

Minas de Aljustrel

Nos últimos sete anos extraíram-se do fundo das minas de Aljustrel cerca de 13 milhões de toneladas de minério de cobre, mas os últimos meses ficaram marcados por uma mudança para a extração de minério de zinco. A exploração de Zinco teve início em Março de 2018 e até ao momento tem ido de encontro às expectativas dos responsáveis pela Almina – Minas do Alentejo, empresa portuguesa que é concessionária das minas de Aljustrel.
"Temos três meses de testes e produção, as coisas estão a correr muito bem", assume o presidente do conselho de administração da Almina, Humberto da Costa Leite, que justifica esta alteração com o sentido do mercado.
"O zinco está a atravessar um bom momento em termos de preço. É verdade que o mercado do zinco é muito mais pequeno que o mercado do cobre, sensivelmente metade, mas agora o preço do zinco, devido ao fecho de algumas minas [que extraíam este minério], tornou-se momentaneamente mais atrativo que o preço do cobre", diz o presidente da Almina.
Humberto da Costa Leite observa ainda que "a empresa estava preparada apenas para trabalhar o cobre". "Mas depois sentimos necessidade de ter mais flexibilidade e poder trabalhar minério de cobre ou minério de zinco, para ganharmos competitividade face às variações fortes dos preços dos metais", nota.
A passagem do cobre para o zinco marca uma nova etapa na Almina. Desde a reabertura das minas de Aljustrel em 2009 e a produzir desde 2011, a empresa mineira já investiu cerca de 300 milhões de euros, até final de 2017, dos quais 150 milhões nos últimos três anos.
"2017 foi o maior ano de investimento", revela Humberto da Costa Leite, explicando que o dinheiro investido se destinou essencialmente a "equipamentos, infra-estruturas, abertura de galerias, alteração e ampliação da Lavaria, projetos relacionados com o ambiente e a Central de Pastefill – Backfill".
Além de transformar por completo a realidade do complexo mineiro, este volume de investimento permitiu igualmente um substancial incremento na capacidade de produção das minas de Aljustrel, onde atualmente trabalham perto de 1.100 pessoas (mais de 600 pela Almina e os restantes 500 por intermédio de Empreiteiros).
"O nosso volume de extração é hoje bastante superior ao que tínhamos como base [em 2011]. Fomos verificando que tínhamos potencial para extrair mais e produzir mais concentrado", nota Humberto da Costa Leite.
Em 2017 foram processadas cerca de 2.750.000 toneladas de minério proveniente de Feitais e Moinho (o que representou 121 mil toneladas de concentrado de Cobre). Actualmente Feitais é o único depósito em atividade nas minas de Aljustrel. As expectativas de produção para 2018 devem gerar um volume de negócios a rondar os 136 milhões de euros, na mesma ordem de grandeza do ano anterior.
"Mas se tudo correr bem poderemos faturar mais, porque neste momento tivemos a mudança do cobre para o zinco, que trouxe alguma perda de produção, mas que nós podemos compensar pois a exploração aos preços atuais de zinco e chumbo parece mais rentável que o cobre. Por isso, devemos atingir esse nível de faturação [em 2018] ou até ultrapassá-lo", afirma com otimismo Humberto Costa Leite.
O Concentrado de cobre produzido em Aljustrel tinha como principal destino a China. Já a produção de concentrado de zinco destina-se sobretudo "à Europa, um pouco para a Coreia [do Sul] e em menor escala a China", revela o presidente da Almina.
Relativamente ao futuro, Humberto da Costa Leite mostra-se convicto de que a empresa pode produzir ainda mais.
"Quando aqui cheguei diziam-me que tínhamos minério para trabalhar cerca de sete anos, oito anos no máximo. Já se passaram sete anos, extraímos muito mais minério do que estava previsto inicialmente e podemos dizer que poderemos continuar a trabalhar seguramente mais 10 anos. Porque, entretanto, fomos fazendo sondagens que alargaram os nossos recursos e continuamos. Hoje também temos uma capacidade de processar minérios muito superior", diz.

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