O presidente da Câmara de Ferreira do Alentejo critica a “incapacidade” do Estado “em acompanhar e gerir a demanda de imigrantes” no Baixo Alentejo, depois de na quarta-feira, 23, uma megaoperação policial ter detido, em Cuba, 36 pessoas suspeitas de contratação ilícita e exploração de mão de obra imigrante nas explorações agrícolas da região.
Em comunicado enviado ao “CA”, Luís Pita Ameixa refere que “esta situação resulta, em grande medida, da incapacidade do Estado em acompanhar e gerir a demanda de imigrantes por este território”.
O autarca acrescenta que, no Baixo Alentejo, “com a abrangência de uma enorme área territorial”, tanto o SEF como a ACT “encontram-se, há muito, numa situação precária com um escasso número de efetivos, que torna impossível dar resposta às necessidades do território”.
A par disso, e apesar da chegada ao território de milhares de trabalhadores, designadamente estrangeiros, “os serviços do Estado responsáveis têm-se mostrado incapazes de responder à situação”, sublinha Ameixa.
“À falta de previsão e preparação dos efeitos sociais do empreendimento Alqueva juntou-se a incapacidade dos serviços do Estado de se organizarem para esta nova realidade”, reforça.
O presidente da Câmara de Ferreira do Alentejo frisa ainda que a autarquia “tem procurado, no seu território, responder a esta nova problemática, proactivamente”, mas afirma que “o poder local, por muito que faça, não tem alcance, nas suas competências, para responder a toda esta problemática sozinho”.
Ainda assim, garante, a Câmara de Ferreira do Alentejo “continuará a pugnar, no limite das suas capacidades, pelo acolhimento civilizado, humanista e com todos os direitos e garantias, das pessoas que demandam este território”.