A médica internista Vera Guerreiro, de 40 anos, foi a primeira a ser vacinada contra a Covid-19 no Hospital de Beja, considerando que a partir de agora existe “uma arma” que pode alterar o rumo do combate à pandemia.
Vera Guerreiro, que tem coordenado as adaptações à Covid-19 no hospital bejense, foi vacinada cerca das 9h00 desta terça-feira, 29, e em declarações exclusivas ao “CA” frisou que a campanha de vacinação “é extremamente importante” para alterar “o balanço das coisas” e a evolução da pandemia.
“Até aqui só tínhamos duas armas: o esforço dos profissionais de saúde e o sacrifício das pessoas em termos de distanciamento. E agora temos mais uma arma, que vai seguramente mudar um pouco o balanço das coisas. Esperamos que as nossas vidas retornem um pouco mais à normalidade”, vinca.
Ainda assim, a clínica reconhece que a vacinação é apenas “um primeiro passo” numa batalha que está longe de estar terminada.
“Vai ser um processo demorado, porque são muitas pessoas para vacinar à medida que haja disponibilidade de vacinas. Isto não se faz de um dia para o outro, como é óbvio”, diz a médica, que depois de receber a vacina ficou meia hora em “vigilância”, antes de regressar às consultas e à “rotina do dia-a-dia”.
“Agora temos mais uma arma, que vai seguramente mudar um pouco o balanço das coisas. Esperamos que as nossas vidas retornem um pouco mais à normalidade.”
Vera Guerreiro | médica no Hospital de Beja
Vera Guerreiro tem sido uma das profissionais de saúde na “linha da frente” no combate à Covid-19 em Beja e admite que já são “muitos meses a trabalhar de forma diferente, sempre com um acréscimo de esforço, de adaptação de situações” num “dia-a-dia cheio de desafios”.
“Há um cansaço que acaba por se notar nas pessoas. Daí esta ansiedade de que as coisas possam voltar se não à normalidade, pelo menos a uma normalidade mais calma”, sublinha.
Sobre o facto de ter sido a escolhido para receber a primeira vacina contra a Covid-19 em Beja, Vera Guerreiro diz que tal não teve “nenhum significado diferente”, apesar do “simbolismo”.
“É mais um simbolismo que outra coisa, porque o marco foi vacinar todos os profissionais de saúde que estavam em contacto continuado com doentes Covid por serem os que corriam mais riscos”, concluiu.
Recorde-se que a campanha de vacinação contra a Covid-19 no hospital de Beja arrancou nesta terça-feira, 29, pelas 9h00, sendo abrangidos um total de 180 profissionais de saúde da ULSBA, entre médicos, enfermeiros e assistentes operacionais.