As eleições para a Distrital de Beja do PSD deverão ser no próximo mês de Outubro e prometem uma corrida a dois na sucessão a Mário Simões, que não se pode recandidatar.
Segundo apurou o “CA”, de um lado vai estar Fernando Palma, actual presidente da Concelhia de Almodôvar, que pretende “renovar” o partido. Do outro lado deverá estar João Guerreiro, que integra a comissão política da Distrital e poderá vir a contar com o apoio do actual líder.
“Confirmo que vou ser candidato, mas neste momento não presto qualquer declaração sobre esse processo”, responde Fernando Palma, de 45 anos, quando questionado pelo “CA” sobre a sua decisão de ir a votos para liderar o PSD no distrito de Beja.
Apesar do silêncio de Palma sobre a candidatura à distrital laranja, o “CA” sabe que este já tem a sua estrutura “montada” e os cabeças-de-lista para os diversos órgãos distritais escolhidos. A lista liderada pelo militante de Almodôvar promete ser de “renovação”, contando inclusivamente com o apoio de alguns sociais-democratas de “referência” no PSD do distrito.
Entre as metas de Fernando Palma está a criação de condições para um bom resultado do PSD no distrito de Beja nas Autárquicas de 2017. Neste capítulo, a prioridade passa pela reconquista da Câmara Municipal de Almodôvar, perdida para o Partido Socialista nas eleições realizadas no anos de 2013.
Por confirmar, mas praticamente garantida, está a candidatura de João Guerreiro.
O actual enfermeiro-director da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo é vice-presidente da Distrital e integra a Secção do PSD de Moura, sendo que a sua candidatura é encarada numa linha de continuidade face à presente liderança.
Aliás, é bem provável que Mário Simões integre a candidatura encabeçada por este militante do PSD em Moura.
PSD dividido?<7B>
O surgimento de duas listas à liderança da Distrital de Beja do PSD acontece após três actos eleitorais em que Mário Simões se apresentou a votos sem oposição.
Depois de ter ganho as eleições de 2010, 2012 e 2014, o actual líder social-democrata está impedido pelos estatutos de se recandidatar, o que abre portas às candidaturas de Fernando Palma e João Guerreiro. Contudo, a quatro meses da eleições, não é de excluir alterações neste quadro!
Segundo algumas fontes, o facto de já haver dois candidatos tanto ilustra a “vitalidade” do PSD de Beja, como demonstra a divisão que existe actualmente no partido.
É que o mau resultado obtido nas Autárquicas de 2013 (com o PSD a perder em Almodôvar a única Câmara que tinha no distrito) e o processo de escolha do cabeça-de-lista para as Legislativas de 2015 (em que Passos Coelho optou por Nilza de Sena em detrimento de Mário Simões, que era deputado e surgiu em segundo lugar) fizeram mossa entre os sociais-democratas da região.
Nesse sentido, há mesmo quem fale num partido que anda “a duas velocidades” no Baixo Alentejo. “Paz podre” é outra das expressões utilizadas por alguns militantes para descrever o actual ambiente que se vive no seio do PSD do distrito de Beja.