O candidato do LIVRE por Beja nas Legislativas 2024, o estudante de mestrado Fausto Fialho, entende que “a próxima legislatura tem de marcar um ponto de viragem” para a região.
Por que razão devem os eleitores do distrito de Beja votar LIVRE nas eleições Legislativas de 10 de março?
O LIVRE oferece aos eleitores uma alternativa de esquerda, progressista, democrática, europeísta e ecologista. Oferece uma alternativa que quer fazer a diferença pelo país, pelo Alentejo, por Beja. Oferece um reforço à nossa democracia nos 50 anos do 25 de Abril, sem deixar ninguém para trás. Sabemos que as pessoas se sentem desiludidas com este último Governo e que muitas já não se revêm nos partidos tradicionais de esquerda. Muitos ponderam fazer um voto de protesto através de forças extremistas de direita antidemocrática, mas que redundam, antes, num retrocesso para a nossa sociedade e num aprofundamento desse mesmo sistema altamente injusto e conservador do status quo que tentavam combater. Votar LIVRE assegura que o grupo parlamentar que elegeremos tem mais força negocial para implementar as medidas concretas que apresentamos e que resolvem as dificuldades do dia-a-dia dos nossos concidadãos. Votar LIVRE fortalece uma maioria de esquerda progressista e democrática, permitindo que não voltemos a cair numa maioria absoluta que não leva o país para a frente, quando para isso tem todas as condições. Votar LIVRE ajuda a afastar as forças de extrema-direita e traz uma ideia de esperança e confiança no futuro para a nossa democracia. Votar no LIVRE é reforçar o contrato com o futuro, garantindo que o contrato social não recua um milímetro, mas antes é reforçado, garantindo a preparação para os desafios do futuro de forma equitativa para todos, ao mesmo tempo que ataca prontamente as urgências do presente, com respeito pelas pessoas, pelo ambiente, respondendo aos anseios e necessidades dos jovens, dos trabalhadores e dos nossos idosos.
Sem grandes possibilidades de ser eleito, o que será para si um bom resultado para o LIVRE no círculo de Beja?
As possibilidades de eleger por Beja constroem-se com base na relação de confiança que consolidamos com o eleitorado. O LIVRE tem trabalhado nesse sentido, apresentando projetos que respondem às necessidades das pessoas, como por exemplo a criação da Linha de Prevenção do Suicídio e Comportamentos Autolesivos, que funciona 24 horas, o alargamento do subsídio de desemprego às vítimas de violência doméstica, ou a criação do Fundo de Emergência para a Habitação. As pessoas de Beja conhecem o valor da presença do LIVRE na Assembleia. Um bom resultado para o LIVRE no círculo eleitoral de Beja é crescer em número de votos, marcando a sua posição como uma verdadeira alternativa para defender os interesses das pessoas e do nosso distrito e reforçar as condições do partido para trazer para a discussão pública as ideias e valores do LIVRE.
Quais devem ser as prioridades do próximo Governo para o distrito de Beja?
O próximo Governo deve priorizar a resposta à crise na habitação e responder à escalada de preços dos bens essenciais, para aliviar a pressão económica na vida das pessoas, a par de uma valorização salarial e baixa de impostos sobre o rendimento do trabalho. Para o distrito de Beja, o Governo tem de agir com celeridade na valorização das carreiras dos profissionais da saúde e criar incentivos para que estes sejam atraídos para a região e que cá se fixem e fomentar a articulação entre a Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo e a Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano para assegurar a saúde da população. Tem de valorizar a carreira docente, o ensino público em todos os seus níveis, valorizar o Instituto Politécnico de Beja e o ensino profissional, para valorizar o conhecimento e especialização na região, para que se possa ter uma economia de alto valor acrescentado e baseada em modelos económicos mais sustentáveis. Com vista no ambiente, o próximo Governo tem de iniciar o processo de elevação do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina a parque nacional, garantindo a proteção eficaz da sua biodiversidade. Tem de avançar com a revisão da Estratégia Nacional para a Agricultura Biológica e promover modelos agrícolas ambientalmente mais sustentáveis, bem como mitigar os efeitos da seca e elaborar um Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação 2030.
Que investimentos devem ser prioritários para a região na próxima legislatura?
A próxima legislatura tem de marcar um ponto de viragem para a nossa região. Esta viragem de estar apontada para o futuro do distrito de Beja, criando condições para o desenvolvimento sustentável do distrito, revertendo o declínio populacional e aumentando a empregabilidade e fortalecendo a economia da região. Assim, os grandes investimentos estatais para a região têm de abranger cinco áreas fundamentais: Saúde, Educação, Acessibilidades, Ambiente e Habitação. O reforço do Serviço Nacional de Saúde, a par da valorização das carreiras e atrair e fixar profissionais na região, têm de passar pela requalificação e ampliação do Hospital José Joaquim Fernandes, dos centros e extensões de saúde em todo o distrito. Para a Educação é necessário investir na rede de creches públicas, assegurando vagas para todas as crianças. O parque escolar do nosso distrito também carece de requalificação e é, por isso, imperativo garantir melhores condições materiais e tecnológicas para o ensino. O Governo também deve, a par da eliminação das propinas para o primeiro ciclo e ano curricular do segundo ciclo do ensino superior, fomentar a formação avançada em áreas de estudo da Agricultura Sustentável, Tecnologia, e Energias Renováveis. No distrito de Beja, o grande investimento tem de ser na ferrovia. Em concreto, temos de avançar para o alargamento e eletrificação total da ferrovia, dentro do distrito, reativando também a Linha do Alentejo, expandindo as ligações a outras cidades portuguesas e também preparar as ligações a Espanha, nomeadamente à Extremadura e Andaluzia. Por outro lado, o Governo deve avançar com uma aposta ambiciosa nas energias renováveis, seja solar, eólica ou maremotriz, valorizando os recursos que a nossa região oferece. A par da aposta na ferrovia, o país avançará para a descarbonização. Ao mesmo tempo, deve o Governo apostar na reflorestação do Alentejo com espécies autóctones, tornando o território mais resiliente às secas e incêndios, protegendo e promovendo a biodiversidade. Urge, ainda, investir na habitação pública, tendo como meta alcançar os 10%, reabilitando imóveis do Estado que estejam inutilizados ou obsoletos e investir na rede de alojamento estudantil no distrito. O Estado deve criar condições para programas alargados de acesso a habitação com rendas acessíveis e ajudar na compra da primeira casa.
O último Governo esteve em funções apenas dois anos – como avalia a sua ação no que ao distrito de Beja diz respeito?
O balanço a ser feito a estes dois anos de governo com maioria absoluta, no que concerne ao distrito de Beja, não pode ser positiva. Uma vez mais ficámos para trás e esquecidos nas grandes linhas programáticas do Governo. Não se fizeram os investimentos necessários na Saúde, Educação, Trabalho e Segurança Social, Acessibilidades e Ambiente. A vida ficou mais dura para a população do nosso distrito, o custo dos bens essenciais e da habitação tornaram-se incomportáveis para o orçamento da população, o Serviço Nacional de Saúde e a educação pública continuam com muitas carências e a necessitar de respostas rápidas, as acessibilidades do distrito continuam degradas e a ferrovia não foi modernizada e ampliada. O Governo continuou a dar primazia às monoculturas intensivas como base da agricultura, permitindo a pauperização dos solos e recursos hídricos, ameaçando a saúde das populações com a utilização de fitofármacos e degradando ainda mais os habitats de diversas espécies. O LIVRE acredita que é necessário reforçar a sua presença na Assembleia da República, afirmando-se como a verdadeira alternativa de esquerda, democrática, progressista e ecologista, que se compromete a não deixar o distrito de Beja à sua sorte na próxima legislatura.
* O “CA” entrevista, até sexta-feira, 1, os cabeças-de-listas pelo círculo de Beja dos partidos atualmente com representação parlamentar