Leonel Cameirinha assinala este domingo 60 anos de vida empresarial

Leonel Cameirinha assinala este domingo 60 anos de vida empresarial

Sessenta anos!
Leonel António Cameirinha começou a sua vida empresarial no dia 1 de Abril de 1952 e, nestas seis décadas que se completam este domingo, não tem parado e continua a apresentar uma dinâmica que o transformou no maior empresário da região.
“É um período assinalável, com muitos momentos satisfatórios e ainda com algumas boas ideias na cabeça que, se a crise deixar, vão com certeza ser concretizadas”, declara ao “Correio Alentejo”, com a serenidade e a firmeza dos seus 86 anos, completados no passado dia 16 de Março.
Depois de uma juventude a vender móveis a prestações e de se tornar vendedor por conta de outrem, primeiro em Lisboa e, depois, na cidade de Beja, Cameirinha acabou por assumir o seu próprio destino e, nesse dia 1 de Abril de 1952, criou a sua empresa.
Daí para cá, tornou-se no empresário mais emblemático do Baixo Alentejo.
Vendeu carros Borgwad e Necar, para começar, alargou o negócio às máquinas agrícolas e aos lubrificantes, cresceu e ganhou a representação de marcas como a Peugeot, Renault, Mercedes, Alfa Romeo e Honda, entre muitas outras.
Em 1974 abriu a residencial “Cristina”, a primeira com grande dimensão e qualidade no centro da cidade de Beja.
Pelo meio, criou stands emblemáticos para vender automóveis, oficinas, lançou o semanário “Jornal de Beja”, associou-se à criação da Rádio Pax e fez erguer o Mélius – o primeiro grande hotel de Beja, já na década de Noventa.
Foi também nessa altura que conseguiu concretizar uma dos sonhos da sua vida: adquirir e desenvolver um projecto agrícola de grande qualidade, o que conseguiu com a Sociedade Agrícola do Monte Novo e Figueirinha.
Nos dias que correm, a herdade é “a menina dos seus olhos” e ali, nos últimos 12 anos, produz vinho e azeite de grande qualidade.
Neste percurso tão longo, Cameirinha tem mais de mil histórias e episódios que marcam a sua vida de empresário. Acontecimentos que, de algum modo, também se confundem com a evolução do país e até do mundo.
“Entre 1950 e 1970 vivemos um período muito satisfatório. Foram anos muito bons para os negócios. Depois, com a crise do petróleo, no início da década de 70, as coisas pioraram um bocado. Mas os anos 80 e parte de 90 já foram melhores”, lembra o empresário, que hoje não esconde uma profunda preocupação com os tempos de crise que atravessamos.
“Os últimos 10 ou 12 anos são para esquecer! Os tempos foram muito complicados e a vida foi muito traiçoeira para a população portuguesa”, lamenta Leonel Cameirinha, que não se cansa de alertar para a necessidade de “haver dinheiro a circular, que permita fazer chegar um novo fôlego à economia”.
Neste enquadramento, o empresário bejense considera que “só assim será possível combater” os dois maiores problemas com que nos deparamos neste momento: “O desemprego e a falta de consumo”.
“Temos de estar confiantes, mas às vezes, quando a esmola vem já o pobre está zangado”, adverte Cameirinha, que não esconde uma certa desilusão com os tempos que o país está a enfrentar e até desabafa: “Não bastava esta crise tão complicada. Agora até estamos confrontados com a falta de chuva e os graves problemas que a seca está a causar”, desabafa.

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Correio Alentejo

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