“Eu, nós e as circunstâncias da vida”: é desta forma que José Carlos Albino sintetiza o “ponto cardeal” que, página a página, vai ditando as coordenadas dos textos de No Reino do Gerúndio. Um conjunto de escritos poéticos trabalhado ao longo de anos, sem pressas, e que acaba agora de ser editado em livro pelas Edições Oz.
“Os meus ‘escritos’ saltam por pensamentos cá dentro, via visões, conversas, acontecimentos, enfim, por tudo o que me e nos rodeia. Algumas vezes com escrita rápida, mas a maior parte das vezes escritos lentamente, para que razão e coração trabalhem”, revela o autor ao “CA”.
Natural de Messejana, onde ajudou a fundar a agência de desenvolvimento local Esdime (a que presidiu durante muitos anos), José Carlos Albino sempre teve uma forte ligação à escrita.
“Vai para 10 anos que comecei a escrever coisas várias, primeiro no blogue ‘Bicada4’ e, mais tarde, concentrei-me nos ‘escritos poéticos’, que via mail e Facebook fui dando a conhecer a variadas pessoas”, lembra. “Todas gostavam muito dos ‘escritos’ e consideravam que era minha obrigação publicá-los em livro de acesso ao público”, acrescenta.
Foi desta forma que No Reino do Gerúndio começou a ganhar forma. “Com os incentivos engrossando, há três anos assumi que iria editar o livro. Daí para frente, continuando a escrever, fui convidando amigas, que bem os conheciam, para me apoiarem na sua selecção e organização, pois sentia-me novato nestas artes”, recorda.
Passado algum tempo José Carlos Albino enviou também “uma quinzena de escritos” à editora Paula Oz, que lhe fez “uma profunda e elogiosa crítica” e que quis avançar com a edição do livro. “Meses depois a obra fez-se viva e pública”, nota José Carlos Albino, que lançou o livro a 30 de Junho na Casa do Alentejo, em Lisboa.
No Reino do Gerúndio é também uma obra profundamente marcada e influenciada pelo Alentejo. “Sendo eu alentejano de baixo, com 40 anos vividos na vila de Messejana, claro que as ‘ondas’ do Alentejo me percorrem cá por dentro. Não o descrevendo, mas sentido-o nas nossas formas de ser e muito pela ‘mãe-natureza’ que nos envolve e fala. Sendo que o nosso sábio gerúndio muito nos diz e dita como ir vivendo neste misterioso mundo”, diz o autor, que a 14 de Agosto apresenta a obra em Messejana.
Mas além dos escritos agora publicados em livro, José Carlos Albino tem muitos mais textos na gaveta. “Tendo perto de centena de ‘escritos’ em armazém e, se as saúdes me permitirem, esperando continuar a ir escrevendo com alguma regularidade, um novo livro poderá vir a estar na ordem do dia, quando eu e as circunstâncias se irmanarem”, adianta o autor, que na próxima obra até gostava de ser mais arrojado.
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