O candidato presidencial apoiado pelo PCP dedicou esta segunda-feira, 28, “às questões da água e do ambiente” no distrito de Beja, onde se verificaram nos últimos anos “transformações muito significativas” no que tem sido “o uso da terra” e no “tipo de paisagem”, devido ao empreendimento do Alqueva.
“Há, de facto, transformações muito profundas e uma evolução da realidade que suscita algumas preocupações, tendo em conta até os desígnios que a Constituição da República fixa para o que deve ser a política agrícola”, disse João Ferreira ao “CA”, após reunir com a administração da EDIA.
Na opinião do candidato, é necessário que o Alqueva dê um “contributo mais efetivo” para o desenvolvimento da região e que “desse aumento da produção resultem benefícios para aqueles que vivem da agricultura”, “gerindo bem os recursos naturais como a água e o solo”.
João Ferreira criticou ainda “o caminho” que se tem seguido na zona do Alqueva, onde se regista “um fenómeno de concentração da propriedade e uso da terra”.
“Isso vai de alguma forma contra aquele caminho que a Constituição aponta”, advogou, lembrando que a pequena e média agricultura, as unidades familiares e as unidades coletivas de produção “são valores que continuam a estar inscritos na Constituição e que a realidade mais recente, de alguma forma, contraria”.
Além da reunião na EDIA na parte da manhã, João Ferreira reuniu durante a tarde com representantes do movimento “Chão Nosso”, em Serpa, e com agricultores em Pias (concelho de Serpa).