O Grupo Coral “Os Ganhões” de Castro Verde apresenta este sábado, 28, no cine-teatro municipal da vila, o seu novo trabalho discográfico, “As Nuvens que Andam no Ar”.
“É um disco que há muito queríamos fazer! E traz um cante diferente na medida em que este grupo já não é o mesmo que gravou na última vez, em 2003. Este disco tem a marca dos ‘Ganhões’ mas a diferença está na entrada de novos jovens para o grupo”, revela Filipe Pratas, cantador no grupo e presidente da Associação de Cante Alentejano “Os Ganhões”.
O responsável explica que o grupo de Castro Verde, ao avançar com o disco decidiu apresentar modas que não são novas, na medida em que já são cantadas por outros grupos corais, mas que “Os Ganhões”, segundo revela, “nunca tinha tido a oportunidade de as interpretar”.
“O cante de um grupo muda as modas e ‘Os Ganhões’ cantam diferente de outros grupos”, enfatiza Filipe Pratas, que não esconde uma notória satisfação com o resultado final do trabalho que, reforça ainda, afirma o cante como “espaço de partilha e construção criativa”.
No total são 13 modas, três delas já gravadas anteriormente, mas que apresentam agora “algumas variações, nomeadamente a que dá nome ao disco”. Em “As Nuvens que Andam no Ar”, Filipe Pratas explica que há “uma experiência em estúdio” com o pianista e compositor brasileiro Luís Avellar, que reside há algum tempo em Portugal.
“Esta experiência de juntar o piano à moda resultou de uma forma interessante e o tema foi gravado à primeira: o pianista sentiu a energia dos homens e a melodia do tema. Sentou-se ao piano e aquilo saiu! Foi incrível”, conta Filipe Pratas.
A par desta participação, o disco tem ainda as presenças do contrabaixista Carlos Barreto e a voz de Ana Custódio. E inclui a moda “Aldeia Nova”, da autoria de Paulo Ribeiro a partir de um poema de Manuel da Fonseca. Para escutar com atenção há uma nova gravação de “Ó Águia que vais tão alta”, que é associada à causa do projecto de preservação da Águia Imperial nas Planícies de Castro Verde.
Mas as participações não ficam por aqui: o escritor Afonso Cruz escreve “As Azinheiras Ressuscitarão” e Vítor Encarnação assina outro texto, ambos sobre o cante dos “Ganhões”.
“Desde que haja cuidado e que seja bem feito, estas soluções valorizam o cante e mostram a sua força. Isto permite chegar a outros públicos e a pessoas que, não estando próximas do cante, acabam por acolhê-lo”, reforça Filipe Pratas, que fala ainda de um disco “bonito e interessante com todos os contributos que teve”.
O serão de apresentação deste trabalho está agendado para as 21h30 e além de “Os Ganhões”, contará com a participação do Grupo Coral “Os Amigos do Alentejo” do Feijó, do Coro Polifónico de Castro Verde e do pianista e compositor Luiz Avellar.
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