O concelho de Odemira recebe neste fim-de-semana, dias 18 e 19 de setembro, o encerramento da temporada de 2021 do festival “Terras Sem Sombra”, que “concilia” a música clássica e erudita com ações de promoção do património local e de salvaguarda da biodiversidade.
O programa arranca na tarde de sábado, 18, pelas 15h00, com uma visita ao forte de São Clemente, em Vila Nova de Milfontes, guiada pelo historiador António Martins Quaresma, colaborador do “SW” e grande conhecedor do património local, com a colaboração dos atuais proprietários do monumento.
Erigido entre 1599 e 1602, em pleno período filipino, no contexto de grave assédio do corso marítimo, sobretudo por parte de piratas oriundos de Argel, a fortificação é um “exemplo da arquitetura militar maneirista” e está classificada como Imóvel de Interesse Público, sendo atualmente propriedade privada.
Na noite de sábado, 18, o festival “muda-se” para a vila de Odemira, com a atuação, a partir das 21h30, da orquestra de câmara “Terra Nova Collective”, de Antuérpia (Bélgica), sob a direcção de VladWeverbergh, no cineteatro Camacho Costa.
Segundo a organização, trata-se “de um dos mais proeminentes ensembles europeus de música antiga da atualidade”, fundado em 2012 e que tem “como objetivo primordial contribuir para desenvolver o conhecimento dos repertórios barroco e clássico a partir de uma investigação musicológica pioneira, a que associa um élan interpretativo fora do comum”.
A edição de 2021 do “Terras Sem Sombra” termina na manhã de domingo, 19, com um “périplo”, a partir das 9h30, pelos portinhos de pesca de Vila Nova de Milfontes, Longueira-Almograve e Zambujeira do Mar.
A iniciativa terá como guias o técnico municipal António Jorge Campos, o historiador António Martins Quaresma e os pescadores Mário Pires e Fernando Manuel, permitindo ao participantes a oportunidade “de contactar com a atividade piscatória do concelho e compreender a importância económica e social de que se reveste no contexto local”.
O festival “Terras Sem Sombra” é uma iniciativa da associação Pedra Angular, que tem financiamento da Direção Geral das Artes. O evento teve este ano como mote “Através do Incêndio: Contingências, Expectativas e Superações na Música Ocidental (Séculos XVI-XXI)”, contando com o apoio das autarquias dos 10 concelhos alentejanos por onde passou, entre as quais a Câmara de Odemira.