A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Alentejo Sul nasceu em Novembro de 2020 na capital de distrito, por fusão da Caixa Agrícola de Beja e Mértola com a Caixa de Ferreira do Alentejo. Em entrevista ao “CA”, o presidente do conselho de administração revela os objetivos da nova instituição bancária sediada em Beja.
Qual a mais-valia da fusão entre a Caixa Agrícola de Beja e Mértola e a Caixa Agrícola de Ferreira do Alentejo?
No contexto da atividade financeira – e tendo presente que a dimensão das instituições de crédito assume cada vez mais um papel decisivo num mercado de alta competitividade, de custos estrutura elevados e de margens financeiras esmagadas –, esta fusão veio permitir a reorganização da instituição de forma a expandir e reforçar a sua posição no mercado em que está implantada, ou seja, nos concelhos de Alvito, Beja, Ferreira do Alentejo e Mértola. A Caixa resultante da fusão sai fortalecida e com os meios capazes de desenvolver uma estratégia comercial com maior dinamismo, reforçando assim o peso do negócio da Caixa nos diferentes setores de atividade.
Quais os ganhos operacionais e de escala com esta fusão?
Esta fusão permitiu o fortalecimento da competitividade da Caixa no apoio à economia local, no aproveitamento de sinergias e economias de escala, e no robustecimento da estrutura de capitais da Caixa, bem como o ajustamento do seu quadro de pessoal com impacto na redução de custos e incrementos da produtividade. Da fusão resulta também uma melhoria generalizada dos indicadores de estrutura, com ênfase para o rácio de transformação. Também os indicadores de funcionamento e rendibilidade da Caixa resultante da fusão saem reforçados, destacando-se a rentabilidade dos capitais próprios. Assim poderemos acrescentar que passámos a deter um ativo líquido superior a 270 milhões de euros e fundos próprios totais superiores a 30 milhões de euros.
Haverá alguma reorganização da atual rede de balcões?
O setor bancário atravessa um período de profunda transformação, no qual se procuram compensar as reduzidas margens do negócio bancário com melhorias na eficiência operacional. O processo de fusão veio contribuir para a promoção da eficiência, que constitui um imperativo estratégico quer da Caixa, quer do Grupo Crédito Agrícola. No que concerne à reorganização da rede de agências, não estamos a equacionar o encerramento de alguma no atual exercício. No entanto, estamos perante um processo que é dinâmico e que se encontra em permanente avaliação, pelo que, futuramente, poderemos reavaliar possíveis alterações ao atual modelo de funcionamento.
“A Caixa [do Alentejo Sul] está comprometida com os seus clientes e associados, tendo como missão contribuir para o progresso económico e social da região, praticando uma banca de proximidade, com propósito e sustentável.”
Qual a estratégia delineada pela Caixa Agrícola do Alentejo Sul para este ano de 2021?
A nossa missão está relacionada com o desenvolvimento da Caixa de forma sustentada. De referenciar que o sector bancário continua a enfrentar pressão de fatores como um clima de reduzidas taxas de referência, a concorrência de players exclusivamente digitais, e a pressão da regulamentação e supervisão bancária. O atual contexto de recessão económica e de incerteza quanto à duração da crise sanitária, resultante da Covid-19 originou a reduzida confiança dos agentes económicos, bem como dos novos riscos. É essencial assegurar que os riscos que a Caixa está ou pode vir a estar exposta são identificados, avaliados, acompanhados e controlados de forma proativa. No entanto, consideramos como objetivos estratégicos a captação de novos clientes, o aumento da quota de mercado nos segmentos prioritários, a defesa da base de depósitos, a continuação de bom crédito e a manutenção de baixos níveis do crédito vencido. A Caixa está comprometida com os seus clientes e associados, tendo como missão contribuir para o progresso económico e social da região, praticando uma banca de proximidade, com propósito e sustentável.
Qual a importância do sector agrícola no vosso negócio?
A génese do Crédito Agrícola está ligada ao setor agrícola. O Crédito Agrícola tem várias parcerias estratégicas com associações representativas dos agricultores, que proporcionam diversos benefícios para ambas as partes e que acreditamos representarem uma mais-valia para o desenvolvimento da atividade do empresário agrícola. A nível local, sempre mantivemos uma forte relação com os empresários da região e a mesma tem sido reforçada nos últimos anos, sustentada nos projetos de investimentos promovidos com a implantação da infraestrutura de Alqueva. Queremos continuar a fortalecer esta relação, por considerarmos que a mesma é estratégica para a Caixa, para o empresário e para a região.