A falta de médicos no Hospital do Litoral Alentejano e nos centros de saúde da região foi o principal assunto da reunião que juntou os autarcas de Alcácer do Sal, Grândola, Odemira, Santiago do Cacém e Sines ao secretário de Estado Adjunto e da Saúde.
O encontro dos presidentes de câmara com Fernando Araújo realizou-se esta quarta-feira, 16, e contou ainda com a presença de um assessor do ministro da Saúde e do presidente da Administração Regional de Saúde do Alentejo, José Robalo.
Uma oportunidade que os autarcas aproveitaram para fazer notar a sua preocupação com a falta de médicos no Hospital do Litoral Alentejano e nos cuidados primários de saúde, uma vez que cerca de 13 mil utentes não têm médico de família.
“Ao que acresce a elevada procura turística que a sub-região tem vindo a sentir no Verão, registando-se este ano um recurso aos serviços de urgência de 20 mil utentes não residentes no Alentejo Litoral”, assinala Vítor Proença, autarca de Alcácer do Sal e presidente do conselho intermunicipal da CIMAL, acrescentando que foi igualmente abordada a necessidade de reforço no número de enfermeiros e pessoal auxiliar.
O elevado tempo médio de espera que se regista para consultas de especialidade, nomeadamente de Urologia, Ortopedia e Oftalmologia, é igualmente uma preocupação dos autarcas, que salientaram junto dos responsáveis governamentais que cerca de 1.600 utentes encontram-se à espera de uma consulta de Oftalmologia e que no caso das colonoscopias existem doentes em espera há dois anos pela realização do exame.
Na reunião com o secretário de Estado os municípios associados mostraram-se ainda preocupados com a necessidade de intervenção e reabilitação no Centro de Saúde de Alcácer do Sal, Centro de Saúde de Santiago do Cacém, extensão de Saúde de Santo André, extensão de Saúde de Melides, extensão de Saúde de Vila Nova de Milfontes e extensão de Saúde de Sabóia.
“Transmitimos, ainda, ao secretário de Estado Adjunto e da Saúde a nossa apreensão face ao modelo de financiamento das unidades de saúde, que faz da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano a que tem a segunda imputação mais baixa por habitante/utente, ficando por isso muito prejudicada no contexto das transferências de verbas. Isto porque o modelo de financiamento não leva em conta as especificidades de unidades de saúde como a do Alentejo Litoral”, assinala Vítor Proença.
O autarca acrescenta que durante a reunião o governante e o presidente da ARS Alentejo garantiram que estas situações se vão reverter “de forma gradual”, tendo ficado acordada nova audiência para daqui a seis meses, no sentido de avaliar a progressão da implementação das medidas discutidas.
