Na véspera do arranque da 12ª edição do Festival Islâmico de Mértola, o presidente da Câmara Municipal reconhece ao “CA” que o evento “celebra a matriz cultural do território, marcadamente influenciado por 500 anos de presença islâmica”.
“A par da sua dimensão cultural, o festival afirma também o nosso compromisso com a promoção dos valores da paz, da tolerância, do humanismo e da cidadania para todos”, acrescenta Mário Tomé em entrevista.
Qual a importância do Festival Islâmico para Mértola?
O Festival Islâmico, realizado pela primeira vez em 2001, afirma-se como um evento que celebra a matriz cultural do território, marcadamente influenciado por 500 anos de presença islâmica. A par da sua dimensão cultural, o festival afirma também o nosso compromisso com a promoção dos valores da paz, da tolerância, do humanismo e da cidadania para todos. É o carácter genuíno, original, cosmopolita, intercultural, comunitário e humanista do festival que faz do evento um sucesso. Para Mértola esta é a oportunidade maior de se comunicar como território de Cultura e Património, de atrair e vincular turistas, de gerar riqueza económica e de fomentar novas parcerias. O Festival Islâmico integra ainda uma estratégia de desenvolvimento de uma oferta turística cultural muslim friendly, um nicho de mercado turístico em franca expansão e com grande potencial de retorno, onde estão também projetos locais como o Hammam & Casa de Chá de Mértola, a Rota das Vilas e Cidades do Gharb al-Andalus ou a recente adesão à Rede de Medinas Ibérica. Esta especialização permite posicionar de forma estratégica Mértola como um destino de excelência na região e no país para a oferta de turismo muslim-friendly. Além da importância destes efeitos do festival, este é um evento que pela sua capacidade de atração de visitantes gera importantes recursos económicos para a economia local e da região.
Quais as expetativas para a edição de 2023 do festival?
Esperamos uma edição com muita participação de público, de expositores, empresários locais, artistas e entidades convidadas. Uma edição com um programa muito diverso, que vai ao encontro dos gostos de diferentes públicos, introduzindo novidades como o espaço da Casa de Chá do Hammam, as aulas de escrita e língua árabe, novas oficinas e vários elementos novos na decoração das ruas. Uma edição que esperamos decorra em segurança e supere as expectativas de quem nos visita e participa. E uma edição que reforce o nosso propósito de afirmar o FIM como uma referência de qualidade e originalidade no panorama nacional e ibérico e que queremos que continue a levar a história e a cultura de Mértola mais longe.
Porquê a realização do festival em 2023, depois de ter havido edição em 2022?
Para retomar a tradição de fazer de dois em dois anos, em anos pares, regressando a um calendário que já vinha de 2001, só interrompido pelos anos da pandemia. E na sequência da perda efetiva que foi a não realização de vários eventos no período da pandemia, o objetivo foi também apoiar economia local com um evento que, sabemos, tem um forte impacto e retorno na vida das pequenas empresas do território.
Que “impacto” é esse?
Pela dimensão de público que abrange, este Festival tem um forte impacto positivo na economia local e da região, sobretudo nos setores da hotelaria, restauração e comércio. Permite ainda uma divulgação em larga escala da oferta turística local, gerando no pós-festival novas visitas ao território.